Mundiais de atletismo: McLaughlin-Levrone e Kebinatshipi reis dos 400 metros
McLaughlin-Levrone bateu o recorde dos campeonatos com a segunda marca mais rápida da história
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A norte-americana Sydney McLaughlin-Levrone e o atleta do Botsuana Collen Kebinatshipi impuseram-se hoje nas respetivas finais dos 400 metros, arrebatando o ouro nos Mundiais de atletismo Tóquio'2025, enquanto Keshorn Walcott brilhou no lançamento do dardo.
McLaughlin-Levrone bateu o recorde dos campeonatos com a segunda marca mais rápida da história, correndo a distância em 47,78 segundos, e aproximou-se de novo recorde do mundo, uma vez que já detém o máximo mundial nos 400 barreiras.
Deixando as barreiras de lado, a disciplina que tem dominado nos últimos dois ciclos olímpicos, com títulos em Tóquio2020 e em Paris2024, hoje deixou para trás a campeã olímpica, a dominicana Marileidy Paulino (47,98), segunda, e Salwa Eid Nasser (48,19), do Bahrain, terceira.
Na volta à pista, não havia mulheres a correr abaixo dos 48 desde 1985, tendo hoje McLaughlin-Levrone e Paulino conseguido, e só falta o recorde da disciplina, 47,60 estabelecidos pela alemã Marita Koch.
Kebinatshipi estabeleceu a melhor marca mundial do ano com 43,53 segundos nos 400, tendo o jovem de 21 anos passado à frente na última curva e acabado em beleza na reta final, superando Jereem Richard, que bateu o recorde de Trinidade e Tobago (43,72) para ficar com a prata, e um compatriota do Botsuana, Bayapo Ndori, terceiro com 44,20.
Na final, marcada pela ausência do campeão olímpico Quincy Hall e do vice Matthew Hudson-Smith, o jovem velocista impôs um ritmo forte, que deixou até o vencedor da final da Liga Diamante, Jacory Patterson, de fora das medalhas, em sétimo com 44,70.
Treze anos depois do título olímpico, em Londres'2012, Keshorn Walcott, de Trinidade e Tobago, voltou a subir a um grande pódio mundial, conquistando o primeiro ouro nestes campeonatos com um ensaio a 88,16 metros.
O feito histórico de Walcott ganha relevo quando se nota que o grenadino Anderson Peters, campeão do mundo em 2019 e 2022, ficou em segundo a quase um metro, com 87,38, e mais ninguém lançou acima dos 87.
O bronze ficou para o norte-americano Curtis Thompson, com 86,67, em final em que os favoritos, o campeão em título da Índia Needaj Chopra e o campeão olímpico paquistanês Arshad Nadeem, acabaram respetivamente em oitavo e 10.º, longe da discussão do pódio.
O regresso da venezuelana Yulimar Rojas, principal estrela do triplo salto, não foi coroado de ouro, mas de bronze, numa final ganha pela cubana Leyanis Hernandez, terceira em Budapeste'2023.
Um ensaio de 14,94 metros permitiu deixar na prata a campeã olímpica, a atleta de Dominica Théa Lafond, com 14,89, enquanto a regressada Rojas foi terceira, com 14,76.
A venezuelana rompeu o tendão de Aquiles na primavera de 2024 e falhou os Jogos Olímpicos Paris'2024, tendo voltado ao triplo em que é recordista mundial, com 15,74 metros, e soma quatro ouros em campeonatos do mundo ao ar livre.
Nas eliminatórias, o campeão em título dos 200 metros, o norte-americano Noah Lyles, impressionou ao melhorar a marca mundial do ano para 19,51 segundos, deixando um aviso para a final, a que também acedeu Letsile Tebogo, campeão olímpico proveniente do Botsuana que foi eliminado da final dos 100 metros nestes Mundiais, ao contrário do prodígio australiano Gout Gout, que ainda assim correu nas semifinais em 20,36 segundos, aos 17 anos.
O mesmo fez Melissa Jefferson-Wooden nas semis femininas, depois de vencer os 100 metros no domingo, e chega à final marcada pelas ausências da campeã olímpica, a compatriota dos Estados Unidos Gabby Thomas, e Julien Alfred, de Santa Lúcia.