Miguel Oliveira, o sonho "a virar objetivo" e um desabafo: "Não quero soar estranho"
Piloto português de MotoGP falou à Eleven Sports sobre a preparação para a época, que se prepara para arrancar em julho, fala sobre o "top-10" e do sonho do título mundial.
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Arranque do Mundial em julho: "Nós temos alguma certeza que o campeonato vai começar agora em julho, nos dias 19 e 26, por isso temos essa data mais ou menos definida como objetivo. Para mim, psicologicamente, é ótimo depois de tantos meses sem saber o que é que ia acontecer e se ia acontecer ou não. Ficar com a certeza e não apenas com a esperança. A organização tem feito um excelente trabalho, e temos uma carga enorme de medidas que temos de cumprir para segurança dos pilotos e de quem está a operar dentro das boxes".
Vontade de chegar ao top-10: "Para mim o objetivo no início desta pré-temporada passou sempre por começar a estar mais frequentemente dentro do top-10, o que é um objetivo concretizável, na minha opinião, por dois motivos: por me achar um melhor piloto que no ano passado, com mais experiência e a 100 por cento fisicamente, e a razão número dois é de facto porque a nossa mota tem evoluído bastante a nível técnico. Temos tido uma evolução tremenda em todos os campos técnicos da mota, desde o motor ao chassis e eletrónica. Portanto, eu acho que os ingredientes para terminar no top-10 estão reunidos. Estou confiante que este ano a nossa mota nos vai permitir lutar por posições muito melhores".
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Sonho do título: "Sonhar pode-se sonhar sempre, mas eu gosto de primeiro colocar os objetivos nas coisas e obviamente as coisas fazem-se passo a passo. Eu tenho de começar a frequentar o pódio e ter vitórias com uma frequência maior, e aí sim, tudo somado dá um título. Estar entre aqueles três ou quatro pilotos que lutam todos os anos pelo título não é fácil. Não é fácil de lá chegar, é preciso muita coisa e é muita experiência que se ganha em corrida - boa experiência de vitórias, de lutar por pódios. E essa experiência ainda não a tenho. É um sonho quase a tornar-se objetivo - é para ser cumprido daqui a três ou quatro anos".
Exemplos: "Há vários casos de pilotos que chegaram à F1, estou a recordar-me do Hamilton, ou o Márquez que ganhou no ano de estreia. Mas são pilotos que, apesar da sua imaturidade ou da sua juventude a chegar às categorias deram-se muito bem. Mas também estavam em estruturas e em máquinas diferentes".
Admiração que vira normalidade: "Não quero que isto soe estranho ou que tenha algum pretensiosismo, mas julgo que à medida que nos aproximamos mais dos nossos ídolos ou de quem admiramos deixamos de ter aquele fator que nos deixa, "uau, está ali o Rossi, está ali o Márquez, está ali o Pedrosa". Porque à medida que vamos chegando ao patamar deles começamos mais a olhar para eles com a mesma altura de cabeça e não tanto lá para cima onde julgamos que eles estariam em relação a nós. Mas tenho uma grande admiração por eles, obviamente".