Michael Jordan decidiu quebrar o silêncio sobre os atos de violência, que têm sido recorrentes, entre afro-americanos e a polícia do seu país. Em carta aberta, o antigo basquetebolista pediu paz e anunciou a doação de 2 milhões de dólares (1,8 milhões de euros) para tentar promover o entendimento no país.
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As doações serão feitas para duas instituições, uma de cada lado do problema: para a Associação Internacional de Chefes de Polícia e, por essa via, para o Instituto que gere as relações entre polícia e comunidade e para o Fundo da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor.
"Mesmo que eu saiba que essas doações não serão suficientes para resolver os problemas, espero que os recursos possam ajudar ambas as organizações a fazerem uma diferença positiva", escreve Michael Jordan, que recorda a morte do seu pai na sequência de um "ato de violência sem sentido".
"Tenho ficado profundamente consternado com a morte de afro-americanos às mãos da aplicação da lei, e zangado pela forma cobarde e odiosa como os oficiais de polícia têm agido. Estou de luto com os famílias que perderam os seus entes queridos, conheço bem a sua dor", escreveu um dos negros mais importantes e influentes da história dos Estados Unidos,
"Os meus pais ensinaram-me a amar e a respeitar as pessoas independentemente da sua raça e origem e fico triste e frustrado pelo discurso discriminatório e as tensões raciais que parecem estar cada vez piores. Sei que este país é melhor do que isso e não posso mais ficar em silêncio. Temos de encontrar soluções para garantir às pessoas de cor tratamento justo e igual e para garantir também que os oficiais de polícia, que põem todos os dias as suas vidas em risco para nos proteger, sejam respeitados e apoiados", escreve Michael Jordan, numa carta que está a ser notícia em todo o mundo.
"Nas últimas três décadas eu vi de perto a dedicação dos policiais, para me protegerem a mim e à minha família, tenho muito respeito por eles. Mas também reconheço que, para muitas pessoas de cor, as experiências com a polícia foram diferentes das minhas. Decidi falar com a esperança de que possamos nos unir como americanos e que, com um diálogo pacífico e educado, consigamos construir mudanças", pode-se ler ainda.