Declarações do piloto espanhol
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O piloto espanhol Marc Márquez (Ducati) conquistou este domingo o nono título mundial da carreira, sétimo em MotoGP, igualando Valentino Rossi, após ser segundo classificado no Grande Prémio do Japão, a 17.ª ronda da temporada.
Numa corrida em que o português Miguel Oliveira (Yamaha) foi 14.º classificado, Marc Márquez terminou a 4,196 segundos do vencedor, o italiano Francesco Bagnaia (Ducati), com o espanhol Joan Mir (Honda) em terceiro, a 6,858.
"Nem quero lembrar-me do que passei, foram momentos muito difíceis. Cometi o erro de regressar cedo demais, mas lutei, lutei e, agora, estou em paz comigo mesmo", disse um Marc Márquez, lavado em lágrimas.
A corrida teve pouca história, mas o facto mais significativo, que foi o regresso às vitórias do antigo campeão Pecco Bagnaia, acabou por passar ao lado dos holofotes, devido ao anunciado título de Márquez, aos 32 anos, e seis anos após o anterior (2019).
O piloto natural de Cervera conquistara oito (de 125cc em 2010, de Moto2 em 2012, e de MotoGP em 2013, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019) quando uma violenta queda em Jerez de la Frontera, na primeira prova da temporada marcada pela covid-19, ameaçou acabar-lhe precocemente com a carreira desportiva.
Depois de um calvário de operações (quatro), 2.184 dias depois do oitavo título, Marc Márquez igualou Valentino Rossi, confirmando um título que há muito se esperava. Por essa jornada de martírio, o mote da celebração foi "mais do que um número".
A corrida teve pouca história. Bagnaia arrancou da pole position e liderou durante toda a corrida, voltando a vencer 14 provas depois (a última vitória tinha sido no GP das Américas, terceira ronda de 2025), na casa da Honda, que viu um seu piloto no pódio outra vez, depois de Johann Zarco em França.
Márquez começou em quarto, teve de se desenvencilhar do compatriota Joan Mir, primeiro, e de Pedro Acosta (KTM), depois. Bagnaia ainda apanhou um susto quando a sua mota começou a deitar fumo a cinco voltas do final, indicando problemas no motor.
Mas, Márquez preferiu não atacar o companheiro de equipa e permitir o desfecho de sonho para a equipa, com o regresso de Bagnaia às vitórias e o de Márquez aos títulos, até porque o irmão Alex (Ducati), o único que matematicamente ainda podia adiar os festejos, foi apenas sexto classificado, quando precisava de conquistar sete pontos ao irmão mais velho.
Já o português Miguel Oliveira, largou da 16.ª posição, tentou defender-se da confusão da primeira curva e acabaria por baixar ao 18.º posto.
Até final, ainda recuperou até 14.º, aproveitando também um erro de Pedro Acosta (saiu de pista e regressou em último) e a desistência do companheiro de equipa Jack Miller, com a corrente da sua Yamaha partida.
Somou mais dois pontos numa altura em que está prestes a anunciar o seu futuro, que a imprensa internacional coloca no Mundial de Superbikes, com a BMW campeã mundial pelas mãos do turco Toprak Razgatlıoğlu, precisamente o piloto que o vai substituir na Prima Pramac em 2026.
"Foi uma corrida difícil, em que era muito difícil ultrapassar. Foi complicado manter as temperaturas baixas no pneu da frente", explicou o luso.
Miguel Oliveira não esqueceu o título de Márquez, apesar de ser fã de Rossi.
"Sabíamos que com uma Ducati ia ser muito superior. Preferiu colocar-se numa posição em que pudesse ter a oportunidade de vir para a melhor mota oficial e foi isso que aconteceu. Conseguiu esse lugar por mérito próprio. É uma referência para todos nós, apesar do meu ídolo ser Valentino Rossi. Mas, a nível de condução, é outra coisa", disse Oliveira, à Sport TV.
Com estes resultados, Marc Márquez chegou aos 541 pontos, mais 201 do que o irmão Alex, que é segundo, numa altura em que já só estão 185 em disputa. Francesco Bagnaia é terceiro, com 242, e Miguel Oliveira 21.º, com 26.
Segue-se o GP da Indonésia, dentro de uma semana, numa pista em que o português já venceu, em 2022.