Sébastien Loeb explicou a O JOGO as diferenças entre o ralicrosse e os ralis. E revela alguma mágoa com a Citroën
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Já passaram quase seis meses desde que a Citroën anunciou o final da sua relação com Sébastien Loeb, o piloto com quem conquistou nove títulos mundiais de ralis e outros tantos de construtores, um recorde no automobilismo. Mas o francês, que este fim de semana se estreou no Mundial de ralicrosse, em Montalegre, com um quinto lugar surpreendente, continua a guardar alguma mágoa pela decisão da marca que representou durante 16 anos. "Não posso dizer que compreenda a decisão, mas agora estou feliz. Penso que me vou divertir mais com este carro do que com o do WTCC. Estou feliz com a equipa, tudo está a correr bem. Estou feliz assim", garantiu a O JOGO.
Loeb está num ano de descobertas, e com a Peugeot, com a qual se estreou no Dakar, este ano. "Fiquei surpreendido por estar na liderança ao cabo da primeira semana", admite agora. Mas sabe que "para ganhar uma prova como o Dakar é preciso muita experiência, do piloto e do navegador", sobretudo "nas etapas do deserto".
No passado fim de semana o piloto da Alsácia iniciou mais um novo desafio e, por isso, frisa que não sente a falta das provas que ajudaram a transformar-se num mito do automobilismo. "Este é um projeto novo, não sinto falta dos ralis", sublinha. Mas vai adiantando que só não faz um regresso para matar saudades porque, "neste momento, a Peugeot não tem um carro de ralis".
A concentração do francês está mesmo no ralicrosse, uma modalidade que deriva daquela em que se tornou perito. "É uma nova disciplina, espero adaptar-me rapidamente à condução do carro, à luta com os outros carros. Não é fácil, os outros pilotos têm mais experiência. Acima de tudo, vou tentar garantir alguns pontos para o campeonato, que é o objetivo principal. Depois, logo se vê", promete.
Sendo quinto em Montalegre, os primeiros sinais foram positivos. "Só tinha feito duas corridas de ralicrosse na minha vida, não é muito. Tenho de o encarar como um novo desafio e trabalhar desde a base. Diferenças? Há muitas. A condução é claramente muito diferente da do WTCC. É como um carro de rali, mas com muito mais potência. As pistas são diferentes, mas o estilo de condução é parecido ao dos ralis. Claro que depois há as lutas, que são batalhas muito intensas. É algo a que tenho de me habituar", explicou a O JOGO, revelando que ainda não vislumbra o final da carreira. "Vou continuar a correr enquanto me divertir", garantiu.