Na próxima época, cada participante de qualquer corrida em Portugal tem de adquirir uma licença junto da Federação, diária (três ou quatro euros) ou anual (36 euros), esta acompanhada de vantagens
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A Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), realizada no sábado no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, nos Açores, serviu para aprovar o Relatório de Atividades e Contas referente a 2024 por unanimidade, mas também para traçar novas medidas na modalidade como foi a da criação de uma licença que cada inscrito deve ter para participar em qualquer corrida do panorama nacional.
Os grandes organizadores de provas, como Jorge Teixeira, da Runporto, ou Carlos Móia, do Maratona Clube de Portugal, estão na expectativa quanto à novidade, mas o presidente Domingos Castro assegurou a O JOGO que a Federação “não está a pedir nada às organizações”. “Os organizadores não têm que nos dar nada. Ficou aprovado que todas as provas têm de ser legalizadas, sejam elas quais forem. Para qualquer corrida, um participante terá que comprar uma licença junto da Federação Portuguesa de Atletismo, seja por um dia ou por um ano”, explicou o dirigente, contando que a primeira pode custar três euros, se o atleta ou a organização já tiverem seguro, ou quatro euros, cabendo, neste caso, à FPA pagar esse seguro. “Na segunda opção, é dada a possibilidade de os corredores comprarem a licença por 36 euros e aí terão seguro 365 dias por ano, recebem um cartão de combustível e ainda está em cima da mesa a atribuição de um voucher de uma agência de viagens. Há três em equação, ainda estamos a negociar”, adiantou o líder federativo e antigo atleta de eleição - medalha de prata nos 5000 metros nos Mundiais de Roma, 1987 -, considerando a versão anual mais vantajosa. “A FPA quer que as pessoas tenham seguro todos os dias e, com os benefícios apresentados, os corredores acabam por não pagar nada”, sublinhou.
Domingos Castro avançou ainda que a compra da licença dos participantes vai ser feita junto da Federação, através de uma plataforma que está a ser preparada e “é muito simples”. A intenção é aplicar a medida, que partiu de uma proposta da Associação de Setúbal e Braga e foi aprovada por “90 por cento”, no início da época 2025/26.
Organizadores na expectativa
Responsável pelas maiores provas na região Norte, com a Maratona do Porto à cabeça, Jorge Teixeira, da Runporto, espera reunir com Domingos Castro. “Há organizadores organizados, digamos, e outros que não o são. Nós, os organizados, devemos ser ouvidos pela Federação. Só depois é que poderemos chegar a uma conclusão”, reagiu a O JOGO. Na mesma linha, Carlos Móia, do Maratona Clube de Portugal, organizador da Maratona e “Meia” de Lisboa, vai aguardar esclarecimentos. “Temos de saber exatamente como isto vai acontecer para nos pronunciarmos”, disse.