Laura Silva foi a melhor portuguesa na Maratona do Porto: "Havia muito vento..."
A atleta, de 39 anos, repetiu a quarta posição atingida em 2022 e fixou um novo recorde pessoal, de 2:45.51 horas
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O vento atrapalhou este domingo a performance de Laura Silva e José Sousa, que foram os melhores atletas portugueses da 19.ª edição da maratona do Porto, acabando no quarto e nono lugares em femininos e masculinos, respetivamente.
“Terminar [a prova] é um orgulho, e ser a primeira portuguesa é um orgulho acrescido. As condições estavam super difíceis e [havia] muito vento, mas foi correr com o coração. Fiz a minha segunda maratona e estou feliz por terminar bem”, contou aos jornalistas Laura Silva, do São Salvador do Campo, após ter cortado a meta localizada no Queimódromo.
A atleta, de 39 anos, repetiu a quarta posição atingida em 2022 e fixou um novo recorde pessoal, de 2:45.51 horas, tendo finalizado o percurso de 42,195 quilómetros a seguir às etíopes Tejitu Siyum Alemayehu, que venceu de forma destacada, com 2:32.06, e Sinke Dessie, segunda, com 2:36.17, e à queniana Mildred Chepkemei, terceira, com 2:44.33.
“Se o vento atrasou os planos? Bastante. Eu corro um bocadinho contraída com o vento, mas foi para todos. Ficamos todos em pé de igualdade e acho que terminar a maratona é uma vitória para qualquer atleta que está aqui. Acho que todo o trajeto foi difícil, para ser sincera. Tentei proteger-me quando podia, mas o vento vinha pela lateral ou de frente”, reconheceu Laura Silva, emocionada por ter finalizado a prova de mão dada com a filha.
Igual impressão teve José Sousa, que ficou no nono lugar, com 2:19.17 horas, e voltou a ser o melhor português do setor masculino da prova, tal como sucedeu em 2018 e 2022.
“Foi uma prova bem gerida. Era para ter feito a prova sempre com o meu colega Carlos Costa, mas estava muito vento na parte final. Correu bem e agora é recuperar”, frisou o também atleta do São Salvador do Campo, descartando ter vindo “correr para o tempo”.
Coroado como campeão nacional da distância em outubro, José Sousa terminou a 5.40 minutos do vencedor, o queniano Emmanuel Kemboi, após as recentes passagens pelas maratonas de Lisboa e de Berlim, onde definiu o seu recorde pessoal, de 2:14.49 horas.
“Estava muito difícil para todos os atletas. A maratona do Porto é uma prova que jamais vou esquecer, até porque a primeira maratona que fiz foi aqui, em 2018. O percurso está melhor este ano, mas o que nos dificultou foi o vento”, observou o corredor, de 34 anos.
O evento resgatou este ano a passagem por Vila Nova de Gaia, que esteve impedida em 2021 e 2022 e limitou o percurso entre Porto e Matosinhos, devido às obras no tabuleiro inferior da Ponte D. Luís I, enquanto a pandemia de covid-19 cancelou a edição de 2020.
A maratona começou junto ao Sea Life, na via do Castelo do Queijo, em paralelo com uma corrida solidária de 10.000 metros - na qual venceram Miguel Borges (35.41 minutos), do Sporting de Braga, na vertente masculina, e Rafaela Fonseca (40.46), do RD Águeda, no feminino - e uma caminhada de seis quilómetros, sem fins competitivos nem limite etário.
As três provas terminaram no Queimódromo e englobaram cerca de 12.500 participantes, de 71 nacionalidades, dos quais sensivelmente 7.000 competiram na distância olímpica.