Pieters, depois de uma queda enquanto treinava com a seleção neerlandesa de pista, em Espanha, em 23 de dezembro do ano passado, esteve quatro meses em coma e, de momento, ainda não consegue falar, tem danos cerebrais extensivos, está paralisada no lado direito do corpo e atravessa uma recuperação lenta.
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A ciclista neerlandesa Amy Pieters recupera, com "pequenos passos", de quatro meses de coma após uma queda no final de 2021, pelo que Kirsten Wild, a companheira de tantas corridas, está a angariar fundos para custear a reabilitação.
A família de Pieters, de 31 anos, lançou um fundo para receber donativos, além de vender produtos associados ou criados pela ciclista, e Wild, companheira de vários títulos mundiais que juntas conquistaram no madison, está a leiloar uma camisola de campeã do mundo, de 2021, assinada por todos os vencedores do ouro dessa edição.
Presente nos Mundiais de Saint-Quentin-en-Yvelines, França, que decorrem até domingo, a antiga ciclista encontrou aqui "a plataforma certa" para divulgar o fundo e ajudar a suprir as necessidades financeiras para a recuperação da amiga.
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"Estive com a Amy algumas vezes, está num programa de reabilitação muito intensivo. Parte é coberto pelo seguro, mas a maior parte não é. É tudo muito caro, e a família precisa. E ela merece ter toda a ajuda possível", conta, em entrevista à Lusa.
Wild nota que o site da ciclista tem não só um espaço para donativos, além do leilão da camisola arco-íris, mas também a possibilidade de comprar roupas e outros produtos da linha pessoal que Amy criou, agora exploradas para seu benefício pelo namorado e a família.
"Queria fazer algo por ela, mas ao início não sabia o quê. Como os Mundiais são uma ligação entre mim e ela que nos torna como uma só, pensei que para uma ação feita por mim, a ligar-nos, uma camisola arco-íris seria o melhor. E o que poderia ser melhor do que ter todos os campeões do mundo a assiná-la?", explica.
Pieters é um nome familiar do mundo do ciclismo, tanto na estrada como na pista, mas depois de uma queda enquanto treinava com a seleção neerlandesa de pista, em Espanha, em 23 de dezembro do ano passado, esteve quatro meses em coma e, de momento, ainda não consegue falar, tem danos cerebrais extensivos, está paralisada no lado direito do corpo e atravessa uma recuperação lenta.
"Sermos campeãs do mundo era o nosso sonho. Conseguimos. Agora, o meu sonho é que ela melhore", desabafa Kirsten Wild, em declarações à Lusa.
Proveniente de uma família de ciclistas, Pieters esteve com Wild em três títulos mundiais, no madison, uma prova para duplas, e nos Jogos Olímpicos Londres'2012, com um sexto lugar na perseguição por equipas.
Em Tóquio'2020, estreou o madison no programa feminino ao lado da companheira com quem alcançou os maiores feitos, mas uma queda de Wild comprometeu o esforço, acabando a dupla fora do pódio, no quarto posto.
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Campeã da Europa também na estrada, Pieters enfrenta ainda assim um longo regresso a uma vida mais autónoma depois de recuperar a consciência.
"Estive algumas vezes com ela e vejo sempre melhorias, mas são passos pequenos de cada vez. Não sei onde estará a meta dessa recuperação. Ainda não consegue falar, é muito difícil perceber se me reconhece. Ela sorri, consegue acenar com a cabeça, mas será que me entende? Será que me reconhece?", conta Kirsten Wild.
A neerlandesa não esconde que este "é um processo muito difícil e muito duro", e também "muito duro de assistir", revelando-se incrédula com os efeitos de "um acidente de bicicleta, uma coisa que acontece todos os dias a tantas pessoas".
O fundo de donativos, bem como a loja de produtos cuja compra reverte para os custos de reabilitação de Amy Pieters, pode ser encontrado online em amypieters.nl.