Federação quer mais atletas e mais modalidades nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026
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A um ano do início dos Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina'2026, a Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP) espera conseguir apurar mais atletas e mais modalidades para a competição.
Além de dois atletas no esqui alpino e um no esqui de fundo, como aconteceu em Pequim'2022, o presidente da FDIP, Pedro Flávio, tem a expectativa de que também seja possível qualificar “pelo menos” um atleta na patinagem de velocidade no gelo, na prova de "mass start", e a dupla no bobsleigh, composta por Raphaël Ribeiro e Abdel Larrinaga.
Na patinagem artística o atleta David Gouveia, com origens na Covilhã e residente da Suíça, tem tido algumas lesões e Pedro Flávio admitiu que a qualificação poderá ser “mais difícil”.
“O cenário ideal seria apurar dois no esqui alpino, um no esqui de fundo, mais a equipa de bob e pelo menos um atleta na patinagem de velocidade”, adiantou, em declarações à agência Lusa, Pedro Flávio.
Se tal não se concretizar, o presidente da FDIP considerou que será inspirador levar a Milão-Cortina'2026 “mais um atleta e mais uma modalidade” do que nos Jogos Pequim'2022, nos quais participaram os esquiadores Ricardo Brancal, Vanina Oliveira e José Cabeça.
Pedro Flávio salientou que este vai ser “um ano muito importante para os desportos de inverno” e adiantou que o objetivo é chegar ao final do ano com as qualificações definidas.
“Isto não se pensa a um ano dos Jogos Olímpicos”, frisou o dirigente da FDIP, com sede na Covilhã, no distrito de Castelo Branco, que menciona a preocupação em preparar atempadamente os ciclos olímpicos.
No Programa de Apoio à Participação nos Jogos Olímpicos de Inverno estão integrados 12 atletas de cinco modalidades, entre eles seis recebem a Bolsa de Solidariedade Olímpica.
Manuel Ramos, Ricardo Brancal, Ariana Ribeiro e Emeric Guerrilot competem no esqui alpino, José Cabeça e Filipe Cabrita no esqui de fundo, Jéssica Rodrigues, Francisca Henriques e Afonso Silva na patinagem de velocidade no gelo, David Gouveia na patinagem artística e Raphael Ribeiro e Abdel Larrinaga no bobsleigh.
Nos últimos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon'2024 Portugal apurou a quota máxima de atletas na patinagem de velocidade no gelo e a patinadora madeirense Jéssica Rodrigues conquistou o primeiro diploma português.
O número crescente de atletas a competirem por resultados é “sinal da aposta” que a FDIP está a fazer, frisou o presidente.
Com a ausência de infraestruturas em Portugal, Pedro Flávio destacou o investimento numa “estratégia quer de apoio aos clubes, quer aos atletas”, proporcionando mais estágios ou a participação em provas.
O dirigente salientou “o papel importante da FDIP” junto das federações internacionais para desenvolver as modalidades e o trabalho de prospeção feito na formação, através de programas juvenis e das academias, como junto das comunidades portuguesas pelo mundo.
“Vamos continuar a trabalhar nessas duas vertentes”, salientou Pedro Flávio.
O presidente da FDIP, que há dois anos sucedeu a Pedro Farromba no cargo, mostra-se satisfeito com o percurso trilhado e aponta para 2030 possibilidades de qualificação no curling e no snowboard, resultado do acompanhamento que está a ser feito a jovens atletas.
“O atual cenário dá-nos alento e esperança que o caminho que estamos a fazer está a começar a dar frutos”, enfatizou o antigo esquiador covilhanense Pedro Flávio.
A FDIP tutela atualmente as modalidades de esqui alpino, esqui fundo, esqui freestyle, snowboard, curling, hóquei no gelo, bobsleigh, skeleton, luge, patinagem artística, patinagem de velocidade e biatlo.
Portugal prepara a 10.ª participação em Jogos Olímpicos de Inverno, nos quais participa consecutivamente desde a competição que ocorreu em Turim, em 2006.
Na quinta-feira fica a faltar um ano para o arranque dos Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina'2026, que vão ser disputados entre 6 e 22 de fevereiro do próximo ano.