Como milhares de outros cidadãos sírios, Ibrahim Al-Hussein arriscou a vida no Mediterrâneo para fugir à guerra na Síria. Nadador, viu o sonho olímpico amputado por uma bomba que o atingiu numa perna, até a história se compor de outra forma, na terça-feira.
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No dia em que chegou à capital grega, depois de cumprir o percurso desde Maratona, a tocha olímpica dos Jogos Rio 2016 passou pelas mãos de um refugiado sírio. Ibrahim Al-Hussein, 27 anos, foi o rosto dos muitos milhares de cidadãos que arriscaram a vida no Mediterrâneo para fugir da guerra que devasta aquele país. Ter nas mãos a tocha olímpica foi a forma de realizar um sonho do nadador que o conflito destruíra.
Ibrahim Al-Hussein foi atingido por uma bomba que o obrigou a amputar parte da perna direita. Há dois anos, fugiu da guerra e refugiou-se em Atenas, onde tenta reconstruir a vida. "A tocha olímpica transmite uma mensagem de paz e solidariedade para o mundo", declarou, sorridente, o refugiado sírio a quem a organização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e a Agência para os Refugiados da ONU confiaram a tocha olímpica no percurso simbólico feito através do campo de refugiados de Eleonas, onde vivem 1600 cidadãos que, como este nadador, tentam sobreviver à guerra.