Travante Williams, basquetebolista dos leões, relatou problemas familiares ao lendário jogador: "As drogas correm nas veias da minha família tal como o sangue".
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Travante Williams partilhou nas redes sociais uma carta emotiva que enviou a Kobe Bryant quando tinha apenas 13 anos. Na publicação feita através do Instagram, o jogador do Sporting - também já representou a Oliveirense - recorda os problemas familiares que enfrentou na infância e na adolescência, assim como os primeiros passos na carreira de basquetebolista.
"Nem todos os jovens passam por aquilo que eu passo. As drogas correm nas veias da minha família tal como o sangue. O meu pai é traficante de droga desde os 19 anos; ele tem 40 agora. O meu pai tem entrado e saído da minha família; as drogas e a cadeia têm-no mantido longe. Neste momento ele está a cumprir 27 anos em Herlong, Califórnia por conspiração", começa por contar Travante na carta recuperada pelo primo, que, segundo é referido, não recebeu resposta de Kobe.
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"A minha mãe também é igual, dentro e fora das nossas vidas. Então os meus irmãos deixaram o basquetebol e começaram a seguir as pegadas do meu pai. Assim como o meu pai, ambos os meus irmãos foram postos na cadeia. Então fiquei só eu, por mim mesmo, e por isso tive de me mudar para a minha avó. Mesmo assim eu não deixei que isso me parasse, porque eu acredito que vai melhorar", acrescentou, então, Williams, de 26 anos.
A acompanhar a fotografia da carta, Travante Williams deixa uma nota de agradecimento a Kobe Bryant, que faleceu no domingo, num acidente de helicóptero na Califórnia. "Criaste a paixão que tenho pelo jogo. (...) Por tua causa, tenho as bases para despertar essa mesma faísca noutra pessoa, como fizeste por mim", assinala o atleta do Sporting, antes de terminar... em português: "Muito obrigado, Mamba".
https://www.instagram.com/p/B71XmnaB3T5/
Leia a carta na íntegra que Travante Williams endereçou a Kobe Bryant aos 13 anos:
"Caro Mr. Bryant:
Olá, o meu nome é Travante Williams, tenho 13 anos e vivo em Anchorage, Alaska. Eu tenho dois irmãos mais velhos e um monte de primos. Adoro jogar basquetebol e outras atividades. Neste momento jogo pelos Mountaineers, somos campeões sem derrotas da nossa cidade. Comecei a jogar quando estava na quarta classe. Os meus dois irmãos são parte da razão pela qual eu jogo. Fui expulso de equipas, só tenho o tempo de jogo obrigatório, mas eu jogo na mesma porque eu sei que já passei por mais.
Nem todos os jovens passam por aquilo que eu passo. As drogas correm nas veias da minha família tal como o sangue. O meu pai é traficante de droga desde os 19 anos; ele tem 40 agora. O meu pai tem entrado e saído da minha família; as drogas e a cadeia têm-no mantido longe. Neste momento ele está a cumprir 27 anos em Herlong, Califórnia por conspiração. A minha mãe também é igual, dentro e fora das nossas vidas. Então os meus irmãos deixaram o basquetebol e começaram a seguir as pegadas do meu pai. Assim como o meu pai, ambos os meus irmãos foram postos na cadeia. Então fiquei só eu, por mim mesmo, e por isso tive de me mudar para a minha avó. Mesmo assim eu não deixei que isso me parasse porque eu acredito que vai melhorar.
Espero tirar o melhor proveito da minha vida. Tento não deixar que o meu passado leve o melhor de mim, mas às vezes leva. Eu sei que o meu pai tentou dar-me tudo o que queria, mas o "jogo" levou a melhor sobre ele. Planeio tornar-me o melhor que conseguir, planeio tornar-me o que Deus tiver planeado para mim, e eu planeio tornar-me um homem de sucesso.
Não quero ser aquele tipo normal,
Só quero ser uma estrela,
Mas não no céu."