Antes de viajar amanhã de Barcelona para Indian Wells, o minhoto reconhece ter "ainda um longo caminho a percorrer" na reconquista do lugar entre a elite mundial que lhe pertenceu entre 2013 e 2019. Em exclusivo para O JOGO, fez o balanço de uma época terrível e projeta os últimos dois meses.
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A carreira de João Sousa na condição de maior embaixador de sempre do ténis português está marcada por três períodos: consolidação no top-100 do ranking ATP (2013); 200 semanas alternadas no top-50 (2014 a 2019); lesão grave no pé esquerdo (2019 a 2020); e o calvário 2020/21 marcado a negro pela atual 182.ª posição.
"A verdade é que a minha carreira tem sido muito difícil e bastante complicada depois da lesão", fez questão de assinalar a O JOGO, a uma semana de se completarem dois anos desde o aparecimento de uma fissura no osso sesamoide que acabaria por evoluir para uma fratura. "Sei perfeitamente que tenho um longo caminho pela frente para voltar aos lugares do ranking em que sempre estive e onde gosto de estar", adiantou, procurando alguns objetivos motivadores numa fase de natural desalento, tendo em conta que os resultados continuam a não ajudar e o retrocesso é incontornável.
"É claro que as coisas não têm saído como eu gostaria, mas também é verdade que o meu nível está melhor, tenho treinado bem, mas as coisas na competição continuam a não fazer jus a esse trabalho", esclareceu, dando a conhecer alguns sinais animadores: "Felizmente, fisicamente já me sinto bastante melhor e continuo sempre a acreditar no trabalho que tenho vindo a desenvolver ao longo de todos estes anos". "Aquilo que posso prometer aos adeptos e às pessoas que me seguem é que vou continuar a dar o meu melhor, acreditando que as coisas mais cedo ou mais tarde vão ter mesmo de mudar para melhor".
Fiel escudeiro também acredita
Não há ninguém que conheça melhor do que Frederico Marques a carreira de João Sousa. O treinador, de 35 anos - apenas três mais velho do que o protegido - já é pai de quatro filhos e considera que "só quem nunca andou neste mundo é que não entende o que se está a passar connosco". A ligação a tempo inteiro entre ambos cumpre a décima temporada e o técnico não tem dúvidas: "É verdade que a época está a ser complicada, mas também nunca nenhuma foi fácil". Ainda a O JOGO, garantiu: "Acredito no João e nas suas capacidades, caso contrário já não estaria ao seu lado".