João Figueiredo, treinador da Oliveirense: "A minha mãe morreu há um ano, hoje é um dia especial"
Declarações de João Figueiredo (treinador da Oliveirense) após o jogo Oliveirense–FC Porto (83-78), da final da Taça Hugo dos Santos
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Sobre a vitória: “É um dia especial para mim. Espero que este trabalho de consistência desde que chegámos sirva para o clube perceber como deve estar na competição. Acredito que vai servir. Todos os anos, as condições deterioram-se um pouco na capacidade de recrutamento da equipa e na organização. Cada vez estamos mais longe dos ‘grandes’. Este trabalho dos jogadores foi brutal. Espero que tenha propósito e que esse propósito não caia em vão. Que o clube queira ser um ‘grande’ e se organize."
Sobre o jogo: "O FC Porto entrou muito forte, mas penso que a entrada do FC Porto, pela forma tão fácil como marcou os pontos, lhe deu algum relaxamento. Tivemos o mérito e a felicidade de mostrar grande acerto nos ‘3 pontos’ durante a primeira parte. O FC Porto causa-nos fisicamente muitas dificuldades na defesa e no ataque. Nestes jogos, em que somos ‘underdogs’, a maior dificuldade é convencer os jogadores que têm de estar com foco nos 40 minutos. O FC Porto melhorou e lutou, mas não conseguiu [a reviravolta]."
As Taças: "As taças são uma boa oportunidade para as equipas que tenham um ou outro jogador diferenciado surpreenderem. Ganhámos por 30 ao Sporting [92-64, no play-off de acesso às meias-finais], ganhámos um jogo duríssimo com a Ovarense [77-66, nas meias-finais], com um ou dois jogadores que não temos capacidade para recrutar, e vencemos, na final, um FC Porto, com uma excelente campanha interna e também europeia, excelente treinador e jogadores de elevadíssima qualidade."
Mais portugueses: "Podemos ter seis estrangeiros [nas competições da Federação Portuguesa de Basquetebol] e optámos por ter só quatro. O Benfica tem oito, o FC Porto e o Sporting têm sete. Somos a equipa que mais joga com jogadores portugueses. Não são os titulares da seleção portuguesa. São as ‘segundas linhas’. Há um grande trabalho e superação dos jogadores, acreditando no trabalho coletivo. É duríssimo para os jogadores portugueses, porque são fisicamente diferentes dos norte-americanos.
Dia da Mãe: "Como treinador, não quero descer ‘degraus’, quero subir. Quero [treinar um ‘grande’], assim como gostaria de treinar no estrangeiro. A minha mãe morreu há um ano. O ano passado foi complicado. Não teve uma morte fácil. Tive de treinar todos os dias, viver com esse processo. Este Dia da Mãe é especial para mim".