Jean-Éric Vergne explicou-nos o projeto da equipa: "Peugeot já pensa no centenário de Le Mans"
Bicampeão de Fórmula E e principal piloto do construtor francês no Mundial de Resistência admite a evolução lenta do carro
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"Para ser honesto, é uma evolução lenta. Embora lento não seja a palavra mais certa, há uma evolução constante desde o dia em que o carro foi lançado", disse Jean-Éric Vergne, francês de 32 anos que foi bicampeão de Fórmula E e está no WEC como principal dos pilotos da Peugeot. A sua sinceridade está de acordo com os resultados, pois o 9X8, grande aposta do construtor francês, ainda não conseguiu um pódio e fez no Algarve o melhor resultado coletivo, com quinto e sétimo lugares.
"No ano passado fizemos meia época, não uma completa, com o objetivo claro de entrar em 2023 no WEC já a pensar no centenário das 24 Horas de Le Mans", explicou Vergne, que teve em Portimão a quinta corrida com o protótipo que, entre o motor a gasolina e o elétrico, debita 939 cavalos, ainda insuficientes para bater os Toyota, e também os Ferrari, que entraram este ano e muito competitivos. "Desenhámos este carro tendo um plano. Cada vez que o pilotamos há uma pequena evolução e tentamos maximizá-la", diz Vergne.
Tendo no seu carro Mikkel Jensen e Paul di Resta - no outro Peugeot alinham Loic Duval, Gustavo Menezes e Nico Muller -, Vergne assume o seu estatuto. "Sendo um campeão do Mundo e estando envolvido neste projeto, acho que é importante estabelecer objetivos alcançáveis", diz, admitindo que "lutar pela vitória não é realista".
"O nosso objetivo é ganhar, mas não é um caminho fácil. Temos um plano e total confiança. Nenhuma equipa entrou no WEC e ganhou direto. Vejam quantos anos a Toyota levou para estar no nível atual. Não acontece num ano. Tenham calma!", atira o francês.
Dividido entre a Fórmula E e o WEC, Vergne revela que "este mês é muito preenchido para mim, que agora vou a Berlim, depois tenho Spa com a Peugeot e a seguir o Mónaco". "Saltar de um carro para o outro não é problema. Se formos a ver, não treinamos nem competimos tanto como no futebol ou ténis", considerou, sorrindo.