Sprinter da Caja Rural e rolador da UAE Emirates apresentam-se como armas este domingo.
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Portugal vai ter este domingo cinco atletas na prova de estrada dos Europeus de ciclismo. Uma competição que não tem sorrido às Quinas, porque, essencialmente, o percurso costuma ser talhado para homens possantes e velozes. A exceção foi mesmo o sexto lugar de Rui Costa em 2016, na estreia da competição.
A ausência forçada de Rui Oliveira, que já não corre mais este ano na UAE Emirates por ter uma fratura num braço, fragiliza Portugal porque o gaiense é tão completo em subidas curtas como a sprintar. E é mesmo aí que a corrida se vai decidir, na Col du Vam, colina que chega a 34 metros de altitude, mas que os neerlandeses até consideram uma montanha... Não é longa, são 400 metros, mas de pendentes duríssimas, ao jeito de um verdadeiro especialista nas clássicas das Ardenas. Pois bem, um desafio para Portugal, face ao elenco a cada passagem, no ponto alto do circuito nos Países Baixos, imortalizado desde que o Europeu de ciclocrosse em 2021 o tornou um lugar de culto.
Ainda assim, a estratégia de José Poeira para chegar ao segundo top-10 em Europeus é ter Ivo Oliveira a postos para responder a um ataque e integrar uma fuga de homens com poderio para ganhar, mas ainda guardar Iúri Leitão, o nosso campeão da pista e que tem sido um dos abonos de família da Caja Rural. A capacidade do sprinter de Viana do Castelo em zona plana é inegável, a dificuldade está na Col du Vam. João Matias e André Carvalho são fundamentais na fase inicial e na colocação dos líderes, Nelson Oliveira é o rolador por excelência para apanhar adversários e comandar a tática na estrada. "A corrida vai ser selecionada antes do circuito final, porque haverá muitas partes com vento lateral e estrada completamente desabrigada. Há o risco de qualquer equipa forte pegar aí na corrida e destruir o pelotão para que o grupo entre mais pequeno no circuito, onde há duas ou três curvas que farão a seleção e o grupo entrará completamente enfilado nas subidas do percurso. A colocação vai ser importante e, principalmente, a atenção antes de chegarmos ao circuito", considera Ivo Oliveira, em declarações à Federação Portuguesa de Ciclismo.
José Poeira acredita que os selecionados irão adaptar-se bem ao percurso. "É uma pena a lesão do Rui Oliveira, que poderia fazer aqui um excelente resultado. Mas temos uma equipa que também se adapta a este percurso, que tem experiência e capacidade para passar o topo. Apesar de tudo o que pode suceder, o mais provável é que a discussão da corrida seja entre os sprinters que passam este género de subidas. Acredito que também podemos estar bem no final", elabora.
Os favoritos são os sprinters que são também homens de clássicas. Na Bélgica, Wout van Aert e Arnaud de Lie dividem protagonismo. Laporte, pela France, Pedersen pela Dinamarca, e Kooij, pelos Países Baixos, são os outros nomes fortes.