Ciclista canadiano rescindiu contrato com a equipa israelita
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Derek Gee, canadiano de 28 anos que foi quarto no Giro, era o principal corredor da Israel-Premier Tech e rompeu o contrato com a equipa em agosto, na altura sem explicações públicas. Fê-lo agora, com a alegação que se adivinhava - "Sérias preocupações do ponto de vista da segurança e uma crença pessoal que pesava na minha consciência", escreveu - e uma novidade inesperada: está a defender o seu caso no Tribunal Arbitral da UCI, pois a equipa pede-lhe "uma indemnização que ultrapassa os 30 milhões de euros".
A verba é totalmente inesperada face aos valores do contrato, que nunca foram tornados públicos, mas estavam estimados em três milhões por cinco anos (cerca de 600 mil euros anuais), dos quais o canadiano cumpriu metade.
"Este não é o tipo de número, ou de situação, que um atleta espera quando se torna profissional e acredito que vá contra os valores do desporto", comentou Gee.
"Rescindi o contrato por justa causa, por não poder continuar a exercer o meu trabalho nas circunstâncias atuais", explicou, numa alusão às manifestações em defesa de Gaza, alegando ainda "um relacionamento irreparável com o diretor da equipa", provavelmente referindo-se a Sylvan Adams, o bilionário canadiano que dirigia a equipa e se considerava um embaixador de Israel. A formação, nos últimos dias afastada das corridas em Itália, já decidiu mudar de nome e país para a próxima época.