"Há uma grande evolução no andebol português e esse caminho engloba ganhar títulos"
Ricardo Brandão, um dos mais jovens às ordens de Paulo Jorge, que no domingo fez cinco em cinco, revela confiança
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Melhor pivô do Europeu de sub-20 de andebol de 2024, na Eslovénia, em que Portugal, com Carlos Martingo ao leme, foi medalha de prata - a exemplo do que havia acontecido em 2022, em Matosinhos, onde também esteve o atleta do FC Porto e o selecionador era o mesmo -, Ricardo Brandão estreou-se a marcar golos em Mundiais A.
Com um discurso sereno, o pivô do FC Porto diz-se feliz com a atuação frente ao Chile, mas coloca os interesses da Seleção Nacional à frente. Acredita na evolução da modalidade em Portugal.
Já havia sido convocado para o Europeu de seniores de 2024 mas nunca entrou na ficha de jogo, porém, quando chegou a Oslo já levava sete jogos e 11 golos, para, anteontem, frente ao Chile, marcar os cinco primeiros numa grande competição e logo no mesmo número de remates, uma exibição de encher o olho. “Sim, é verdade que fiquei bastante satisfeito com a minha atuação, mas, acima de tudo, fiquei muito feliz por ajudar a equipa, isso é o mais importante”, reagiu o jogador de 2,00 metros e 120 quilos a O JOGO.
“Na altura o Paulo Pereira tinha-me avisado que podia vir a ser convocado e, quando se confirmou, fiquei bastante satisfeito. Era uma possibilidade mas não sabia que poderia estar tão perto”, contou o atleta que começou a jogar no Alavarium, depois de ter experimentado o futebol, no Alba, de Albergaria-a-Velha.
“Quero alcançar cada objetivo e, acima de tudo, divertir-me”
“Penso que tudo está a ir pelo caminho certo e há que continuar a trabalhar para que não seja só isto. Quero alcançar cada objetivo e, acima de tudo, divertir-me”, expressou Ricardo Brandão, um dos mais promissores andebolistas portugueses. “Os objetivos são representar Portugal ao melhor nível e ter uma carreira desportiva que me deixe satisfeito, tanto pelo clube, como pela seleção”, prosseguiu, deixando depois uma inabalável confiança no futuro da modalidade no nosso país: “Temos de continuar o trabalho que a federação tem vindo a desenvolver, há uma grande evolução no andebol português e esse caminho, essa evolução, engloba ganhar títulos. Sinceramente, não vejo razão para que não seja assim”.
“Do Iturriza queria a capacidade física e do Frade a visão de jogo”
Ricardo Brandão é, digamos assim, o terceiro pivô da Seleção Nacional, atrás dos consagrados Luís Frade (Barcelona) e Victor Iturriza (colega de equipa no FC Porto). “Aprendo bastante com eles, principalmente nos treinos. Com o Victor já me dou há mais tempo, dada a proximidade no clube”, reconheceu Brandão, considerando que “muitas vezes só observá-los já me faz melhorar, ter noção de outras coisas”. Que qualidade/característica queria ter de cada um? “Do Victor a capacidade física e do Frade a visão de jogo”, respondeu.