"Guerra na Ucrânia? Quando vi os meus lutadores de boxe favoritos pegarem nas armas..."
Tenente-coronel da Guarda Nacional da Rússia capturado pelo exército ucraniano na passada quinta-feira condenou a invasão russa em conferência de Imprensa.
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Astakhov Dmitry Mikhailovich, tenente-coronel da Guarda Nacional da Rússia capturado pelo exército ucraniano na passada quinta-feira, dia 3 de março, deu uma conferência de Imprensa na qual condenou a invasão russa à Ucrânia, dizendo que estava disposto a "ir para a prisão" pela sua participação na mesmas e explicando que muitos soldados russos não querem aquela guerra e são enganados quando vão defender o seu país nesta guerra.
Mikhailovich afirmou que estava a falar livremente, sem qualquer pressão do povo ucraniano, e revelou que começou a questionar as ordens que lhe haviam dado quando viu os lutadores de boxe Oleksandr Usyk e Vasyl Lomachenko pegarem nas armas para defendem o seu país.
"Sempre gostei de os ver lutar, são os meus lutadores de boxe favoritos. Quando os vi pegar nas armas e dizer que se viam obrigados a isso, foi quando fiquei com vergonha de ter vindo para a Ucrânia", começou por dizer.
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"Não consigo encontrar palavras para pedir desculpa ao povo ucraniano. Perceberia se a Rússia nunca fosse perdoada. Peço à Ucrânia que deixe viver os soldados russos. Muitos deles estão envergonhados. Não querem a guerra", continuou, antes de explicar que foi dito aos soldados russos que a Ucrânia era dominada "por um regime fascista, que os nacionalistas e nazis tinham tomado o poder e que devíamos ir e ajudar o povo a recuperar".
Mikhailovich dirigiu-se ainda aos soldados russos: "Sejam corajosos. Estão numa situação tensa, indo contra o próprio comandante. Mas isto é genocídio. A Rússia não pode ganhar aqui, mesmo se formos até ao fim. Podemos invadir o território, mas não podemos invadir o povo."
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