Canoísta português conquistou a medalha de bronze em Tóquio'2020.
Corpo do artigo
O canoísta Fernando Pimenta juntou esta terça-feira um bronze em K1 1 000 metros, em Tóquio'2020, à prata em Londres'2012, ao lado de Emanuel Silva, juntando-se a apenas outros quatro atletas portugueses com mais do que uma medalha olímpica.
Fernando Pimenta, de 31 anos, que se tinha sagrado vice-campeão olímpico em Londres'2012, em K2 1000 metros, ao lado de Emanuel Silva, terminou a prova de Tóquio'2020 em 3.22,478 minutos, apenas atrás dos húngaros Balint Kopasz, novo recordista olímpico, com 3.20,643, e Adam Varga (3.22,431).
Portugal passou a contar com um total de 27 medalhas conquistadas em Jogos Olímpicos (quatro de ouro, nove de prata e 14 de bronze), duas das quais na canoagem, ambas com a participação de Fernando Pimenta, que integra agora o restrito grupo de atletas lusos com dois pódios no maior evento desportivo mundial.
Só outros quatro atletas, três deles campeões olímpicos, conseguiram ganhar mais do que uma medalha em Jogos Olímpicos, e, em Tóquio'2020, Fernando Pimenta foi o único, de três que o podiam fazer, a conseguir a proeza.
A judoca Telma Monteiro não conseguiu dar sequência ao bronze que trazia do Rio'2016, enquanto Nelson Évora, campeão olímpico no triplo salto em Pequim'2008, despediu-se dos Jogos na qualificação, afetado por uma lesão.
A história do restrito quinteto com mais do que uma medalha começa em Berlim'1936, nos "Jogos da vergonha" da Alemanha nazi, com a equipa de saltos em desportos equestres, na qual pontificavam Domingos de Sousa, José Beltrão e Luís Mena e Silva.
O trio conseguiu bronze, mas Mena e Silva havia de voltar, desta feita no ensino, ao pódio nos Jogos, 12 anos depois, em Londres'1948, com novo bronze.
Estava feito o primeiro "bis" português, que viria a seguir isolado durante muitos anos, até se encontrar o primeiro campeão olímpico da história lusa.
Carlos Lopes chegava a Los Angeles'1984 com uma prata nos 10.000 metros obtida em Montreal'1976, e de uma lesão que o afastou da discussão em Moscovo'1980, e conseguiu na maratona o primeiro ouro português, com recorde olímpico, só batido em Pequim'2008.
A maratona dava frutos, e uma história paralela começava também na cidade norte-americana: Rosa Mota conquistava o bronze na distância, antes de "brilhar" em Seul'1988, no lugar mais alto do pódio.
Portugal habituava-se, no final do século XX, a grandes resultados de fundistas, e Fernanda Ribeiro conseguiu o ouro de forma "épica", nos últimos metros, em Atlanta'1996, nos 10.000 metros.
Quatro anos depois, em Sydney, foi ao bronze, para bisar e se destacar como uma das grandes atletas olímpicas que o país já teve, esperando 21 anos para ter nova companhia no grupo seleto de desportistas com mais do que um "metal" olímpico.
Chegou a vez de Fernando Pimenta, que já trazia uma prata no K2 1.000 metros, com Emanuel Silva, e hoje voltou a estar presente na segunda medalha da canoagem lusa, dando o terceiro pódio a Portugal em Tóquio'2020.
O presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Vítor Félix, elogiou o "imenso valor" de Fernando Pimenta, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Tóquio'2020 em K1 1000 metros, colocando-o num "restrito lote" dos maiores desportistas portugueses.
"É um atleta de eleição que perseguia esta medalha há muito tempo e que agora se junta a uma restrita elite de atletas portugueses olímpicos com duas medalhas, como Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro", elogiou, em declarações à Lusa.
"O Pimenta, o seu treinador Hélio Lucas, a federação e toda a família da canoagem estão de parabéns por todo o trabalho que tem sido desenvolvido e permite obter estes resultados de enorme valor internacional", concluiu.