"Greve" dos ciclistas devido à falta de condições de segurança saiu cara às equipas. Óscar Gonzalez (Sporting) ficou com a vitória na corrida e Samuel Caldeira (W52-FC Porto) venceu a Taça de Portugal.
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A Direção da Federação Portuguesa de Ciclismo decidiu expulsar 35 dos 121 corredores que alinharam na segunda etapa do Grande Prémio do Dão, considerando-os responsáveis pela paragem do pelotão que impediu o final da segunda etapa. Foi declarado vencedor o espanhol Óscar González, do Sporting-Tavira, pois o seu colega Alejandro Marque, que vestia de amarelo, foi um dos expulsos, enquanto Samuel Caldeira, da W52-FC Porto, conquistou a Taça de Portugal, que encerrava com a prova de Viseu.
"O relatório do presidente do Colégio de Comissários reconhece que aconteceram situações de insegurança na área urbana de Viseu, depois da transição da responsabilidade de policiamento da GNR para a PSP, e também provocadas pela deficiente sinalização. O organizador da corrida, a Associação de Ciclismo de Viseu, reconhece as falhas de sinalização, identificando como causa das mesmas o serviço mal prestado pela empresa contratada para colocar as placas de indicação do percurso", escreveu a UVP-FPC, acrescentando que, apesar disso, "o presidente do Colégio de Comissários entende que estavam reunidas as condições de segurança no momento em que a prova foi reiniciada". "Nesse sentido, entendeu penalizar os corredores que impediram que a prova se desenrolasse com normalidade, aplicando a cada um a pena de expulsão da corrida e uma multa de 100 francos suíços", completa o comunicado.
A segunda etapa foi anulada, considerando-se apenas os resultados do contrarrelógio do primeiro dia, mas sem os 35 corredores expulsos. Na Taça de Portugal, foram declarados vencedores individuais o elite Samuel Caldeira (W52-FC Porto) e o sub-23 Xuban Errazquin (RP-Boavista). Coletivamente, venceram a Taça a W52-FC Porto e a Liberty Seguros/Carglass.
A decisão, que tirou da corrida a maioria dos principais corredores - Alejandro Marque, Daniel Mestre e Domingos Gonçalves, que eram os três primeiros, mais nomes famosos como Joni Brandão, Gustavo Veloso, Sérgio Paulinho, Vicente de Mateus, César Fonte, João Benta, Rui Vinhas e Filipe Cardoso -, afastou tanto Antonio Angulo, que liderava a Taça, como Daniel Mestre, da Efapel, que a conquistaria caso a prova tivesse terminado normalmente e em pelotão.
A Federação Portuguesa de Ciclismo enviou ainda um ofício à secretaria de Estado da Administração Interna, lamentando os factos ocorridos e solicitando uma tomada de posição "para garantir que o acompanhamento dos eventos desportivos de ciclismo seja assegurado por uma única força de segurança, desde a partida até à chegada, incluindo todas as etapas das provas por etapas".