21 atletas perderam a vida numa ultramaratona, de 100 quilómetros, realizada no noroeste da China, pelo baixar abrupto da temperatura, originando uma forte queda de granizo, e um deslizamento de terras
Corpo do artigo
Familiares dos 21 maratonistas que morreram devido ao frio e chuva, numa montanha no noroeste da China, rejeitaram as ofertas de indemnização e exigiram saber os motivos daquela tragédia, informou hoje a imprensa local.
Jornais chineses noticiaram que foram oferecidos cerca de 135.000 euros de compensação por cada vítima, mas os membros das famílias apontaram que muitos eram chefes de família e estavam no topo das suas carreiras desportivas.
Embora a prova se realize com frequência, os corredores foram aparentemente apanhados de surpresa, no sábado, pelo clima frio e condições difíceis, em caminhos íngremes não pavimentados.
Os maratonistas estavam a correr num caminho extremamente estreito a uma altitude que alcançava entre 2.000 e 3.000 metros, num percurso de 100 quilómetros, na Floresta de Pedra do Rio Amarelo, nos arredores da cidade de Baiyin.
Por volta do meio-dia de sábado, a chuva fria e os ventos fortes levaram a uma operação de resgate que durou toda a noite. Cerca de 50 dos mais de 170 competidores abrigaram-se em cavernas tradicionais mantidas por pastores.
O jornal Shandong Business News citou familiares que disseram que a compensação oferecida era muito pequena e que as autoridades locais não forneceram uma explicação sobre os motivos do incidente.
"Este não foi um desastre puramente natural. Deveu-se também a um grande erro humano", apontou o jornal, citando um membro de uma família. A compensação é geralmente dividida entre o Estado e o seguro.
Uma equipa de investigação conjunta, incluindo funcionários da agência meteorológica estatal e do ministério do Desporto, está em Baiyin para pesquisar quais as lições que podem ser aprendidas com a tragédia, segundo o portal do governo local.
"Para sermos responsáveis perante as vítimas e a sociedade, devemos cooperar plenamente com o comité do Partido [Comunista] da província e a equipa de investigação do governo local, para fazer um bom trabalho na investigação sobre o incidente, descobrir as razões em profundidade e procurar a verdade dos factos", lê-se num comunicado.