João Almeida, Rui Costa e Tiago Antunes desistiram
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O ciclista esloveno Tadej Pogacar venceu este domingo isolado a prova de fundo de elite dos Europeus de estrada - na qual os portugueses João Almeida, Rui Costa e Tiago Antunes desistiram -, uma semana após revalidar o título mundial.
Pogacar, de 27 anos, tornou-se o primeiro esloveno campeão europeu, concluindo com êxito uma longa fuga de 75 quilómetros e completando os 202,5 entre Privas e Guilherand-Granges (França) em 4:59.29 horas, menos 31 segundos do que o belga Remco Evenepoel e 3.41 minutos relativamente ao francês Paul Seixas, segundo e terceiro classificados.
João Almeida, segundo classificado na recente edição da Volta a Espanha, que não alinhou no contrarrelógio de quarta-feira devido a uma indisposição, desistiu da prova, tal como Rui Costa e Tiago Antunes, enquanto António Morgado nem sequer chegou a participar, vítima de problemas gastrointestinais.
Tal como sucedeu em Kigali, em que percorreu sozinho mais de 60 quilómetros para conquistar o segundo título mundial, Pogacar repetiu idêntica proeza no Europeu, para se tornar apenas o segundo ciclista a vencer no mesmo ano as duas competições, depois do eslovaco Peter Sagan, em 2016.
Há uma semana, na capital do Ruanda, Evenepoel não encontrou antídoto para Pogacar, tendo de resignar-se com a medalha de prata, e este domingo voltou a inclinar-se perante a superioridade do esloveno, apesar de nunca ter desarmado na perseguição ao novo campeão europeu, numa prova em que terminaram apenas 17 dos 101 ciclistas inscritos.
João Almeida, a grande esperança portuguesa, não resistiu às dificuldades físicas e do percurso, com 3.400 metros de desnível acumulado, e só Tiago Antunes, que substituiu Afonso Eulálio (nono colocado nos Mundiais), deu sinal de vida, chegando a integrar uma fuga. Portugal despediu-se da competição sem qualquer medalha.
O dinamarquês Jonas Vingegaard foi outro dos que ficou pelo caminho. O ciclista que disputa o protagonismo na modalidade com o esloveno e raramente participa em corridas de um dia fraquejou a cerca de 100 quilómetros da meta, antes de abandonar sem glória os Europeus disputados na região de Drôme-Ardèche.
No extremo oposto esteve o jovem Paul Seixas, que, aos 19 anos, apenas foi batido pelos dois grandes candidatos ao título e conquistou uma improvável medalha de bronze, confirmando o desempenho nos Mundiais de estrada, nos quais foi o melhor representante francês, ao terminar no 13.º lugar.
Depois de inúmeras conquistas - em rigor, 106, das quais 18 apenas este ano -, com destaque para as quatro vitórias na Volta a França, em 2020, 2021, 2024, 2025, Pogacar alcança pela primeira vez o título europeu, ainda que não deva poder ostentá-lo devidamente, pois terá de envergar a camisola arco-íris de campeão do mundo.