Borges, que tem um registo de 5-1 frente a tenistas classificados entre os 100 primeiros do "ranking' ATP - só perdeu com Marin Cilic, precisamente na segunda ronda deste torneio no ano passado -, beneficiou da desistência de Pablo Andujar (82.º), quando já liderava por 6-4 e 3-0
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Nuno Borges sente-se capaz de defrontar "qualquer tenista", depois de ter somado hoje a quinta vitória em seis encontros contra um jogador do "top 100", mas recusa antecipar uma eventual presença na final do Estoril Open.
"Não faço ideia onde vão buscar essas coisas, mas é engraçado. Não tinha visto isso dessa maneira. Cada um desses jogos foi diferente, de certa maneira, e não quer dizer que agora não perca com um "top 100". Cada vez se torna mais difícil, ainda bem que tenho conseguido, porque dá-me confiança para continuar e manter-me motivado, porque sei que estou no caminho certo. Posso ganhar, se não a qualquer um, a quase qualquer um", declarou o número dois nacional, após ter avançado para a segunda ronda do Estoril Open.
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Borges, que tem um registo de 5-1 frente a tenistas classificados entre os 100 primeiros do "ranking' ATP - só perdeu com Marin Cilic, precisamente na segunda ronda deste torneio no ano passado -, beneficiou da desistência de Pablo Andujar (82.º), quando já liderava por 6-4 e 3-0, mas, em conferência de imprensa, confessou que não se apercebeu da lesão no ombro direito do espanhol.
"Por acaso não, mas também estava tão focado no meu jogo e no encontro em si que, se calhar, não reparei na coisa mais óbvia. Achava que o jogo ia continuar", disse, assumindo ter entrado "um bocadinho mais nervoso" no encontro da primeira ronda, antes de começar a "encontrar maneiras de solucionar" os problemas, principalmente na resposta.
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As vitórias frente a "top 100" permitem ao maiato de 25 anos ficar com "mais certezas" de que é ao nível ATP que quer jogar.
"Dá-me mais motivação para procurar estar nestes torneios. [...] Vou aprendendo com o nível e com a competição, que é sempre muito estimulante. Os "challengers" continuam a ser uma aprendizagem para mim, ainda sinto que estou a começar. Este torneio, sem dúvida, é um bónus incrível para eu poder cada vez mais evoluir no ténis", estimou.
Borges recordou a sua participação no Estoril Open do ano passado, quando chegou à segunda ronda, defendendo que no último ano evoluiu muito.
"Entrei ainda fresquinho no "top 300", ainda pouco acostumado a este nível. Ainda não estava minimamente interiorizado nos "challengers", muito menos no circuito ATP. [Esta] foi uma oportunidade incrível que me deram e eu consegui jogar muito bem, felizmente. Mas acho que os meus números mostram que estou melhor. Não implica que jogue melhor do que no ano passado, mas a probabilidade é que esteja mais preparado para ir mais longe", sustentou.
Ainda assim, o 131.º jogador mundial nem quer ouvir falar da final de domingo, até porque na próxima ronda terá pela frente "um jogo muito complicado", contra Frances Tiafoe, um "jogador de topo", que "provavelmente" gosta do Clube de Ténis do Estoril, onde foi finalista derrotado (por João Sousa) em 2018.
"Como tenho dito, estou muito contente por estar aqui. Por muito que o meu "ranking" esteja mais elevado e as pessoas pensem que é merecido ou não, eu estou muito agradecido pela oportunidade que me dão. Estou aqui para aproveitar esta oportunidade, porque não é todos os dias que se pode jogar o Estoril. Quem nos dera ter mais torneios destes durante o ano, porque realmente é incrível ter esta atmosfera. Por isso não, não penso em domingo", assegurou o "convidado" da organização do único torneio ATP disputado em Portugal.
O "wild card" português disse ainda que não gostaria de "cruzar-se" com João Sousa, algo que até só poderia acontecer na final, uma vez que os jogadores nacionais gostam "de mandar os estrangeiros para casa", como se costuma dizer, mais do que jogar contra compatriotas.