Esteve para ser o primeiro cubano do FC Porto, não veio, mas indicou Quintana
Rafael Capote esteve para ser o primeiro cubano do FC Porto. Não veio, mas falou do guarda-redes.
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Rafael Capote, lateral esquerdo de 33 anos, está em Portugal de visita a José Magalhães e para fazer a homenagem que não teve condições de fazer a Quintana. Capote esteve para ser o primeiro cubano do FC Porto. Queria ter vindo, mas o negócio não se deu. Porém, indicou Alfredo Quintana.
"A minha ligação a Portugal começou em 2008, através do professor Magalhães. Conheci-o em Itália, quando eu jogava no Conversano. Ele foi-me visitar e a partir desse momento ganhámos uma grande amizade. Uma relação muito importante para mim, é uma pessoa por quem tenho apreço", diz Capote a O JOGO, recordando: "O professor fez-me uma proposta para vir para o FC Porto. Eu tinha três anos de contrato, mas perguntou-me se eu queria vir e eu gostaria de ter vindo, sabia que era um grande clube, que jogava na Europa, mas acabou por não se dar. Teria sido muito bom para a minha carreira".
Não veio, preferiu não explicar a razão, hoje é naturalizado catari, onde joga há oito anos e até foi medalha de prata no Mundial de 2015. Mas deixou um conselho.
"Eu poderia ter sido o primeiro cubano a vir para Portugal, porém fico muito agradecido ao FC Porto porque veio o meu amigo Quintana e a seguir os outros jogadores. Mas especialmente o Quintana, porque era muito meu amigo. Conheço-o desde os meus dez anos, tinha ele nove. Claro que ele também tinha qualidade e disse ao professor que só punha a mão no fogo pelo guarda-redes, por nenhum dos outros que ele visse", recorda, vestido com um casaco do guardião falecido a 26 de fevereiro.
"Sempre disse que Quintana chegaria aqui e em um/dois anos ia estourar"
"Foi-me oferecido pela Raquel, a mulher dele", revela. "Eu estava sempre um ano acima do Quintana, e ele subia à minha categoria e era logo o melhor guarda-redes do campeonato. E eu sempre disse que ele chegaria aqui e em um/dois anos ia estourar", justifica a sugestão dada a Magalhães. "Para mim foi terrível [a morte de Quintana] porque a minha mãe morreu da mesma coisa. E depois bateu-me muito forte, eu tenho dois filhos e imaginava como seria se fosse comigo, que tive um acidente [de moto quatro] quando o meu filho mais velho tinha dez dias. O Quintana deixou uma mulher e uma filha de quase dois anos e isso não me sai da cabeça", conclui.