Humberto Gomes, que voltou a estar fantástico na baliza do ABC, explicou a O JOGO como se mantém em forma com quase 42 anos
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Humberto Gomes, que completa 42 anos a 1 de janeiro, continua a impressionar na baliza do ABC. Ainda frente ao Sporting fez uma atuação brilhante e que não escapou a Thierry Anti, o treinador dos leões, que lhe teceu rasgados elogios. "Claro que é muito bom, é gratificante ouvir essas palavras, ainda por cima de um treinador bastante conceituado. Fiquei muito orgulhoso", reagiu o capitão do ABC a O JOGO.
"Como me mantenho nesta forma? É perguntar ao Carlos Ferreira [risos]", continuou, procurando uma explicação: "É um trabalho que faço todos os dias com ele, trabalho aliado a descanso, um descanso maior, creio que se pode dizer que é um tratamento algo diferenciado. Já são muitas horas de pavilhão e de treino, não que tenha dores, mas a recuperação de jogo para jogo já se torna mais demorada."
A verdade é que o guardião se continua a exibir ao mais alto nível. "Fiquei satisfeito, só foi pena o resultado não ter sido outro. Tentei ajudar ao máximo, mas sei as dificuldades que a nossa equipa tem, especialmente no ataque, mas oxalá consigamos o nosso objetivo, que é ficar nos seis primeiros", desejou Humberto, que tem justificação para alguma oscilação de resultados e exibições do conjunto minhoto. "É a inexperiência e juventude da nossa equipa. Não sei se é falta de concentração, mas a verdade é que, nos jogos com os grandes, temos mostrado um foco e uma atitude que não temos tido nos outros jogos", reconheceu o guarda-redes, que faz uma análise simples ao campeonato. "Podemos dividi-lo: são os três grandes, embora dois com melhor plantel e o Benfica num patamar abaixo, e o resto das equipas, que estão muito equilibradas, pelo que cada ponto será decisivo para as contas finais", disse Humberto. "A segunda volta poderá ser vantajosa para nós: recebemos Madeira SAD, Avanca e ISMAI. O jogo mais complicado, na teoria, é com o Boa Hora, mas temos de continuar a trabalhar e a crescer, e não podemos dormir à sombra da bananeira. Temos de ser cada vez mais exigentes connosco mesmos", finalizou.
"Ser do ABC é ser guerreiro"
"Eu vejo o estado do ABC com alguma tristeza, com nostalgia, o clube está a passar por momentos muito complicados e cabe-me a mim incutir nos mais jovens o que é ser ABC", admitiu Humberto Gomes, referindo-se a um clube que ainda é o terceiro mais ganhador do andebol português (13 campeonatos, 12 Taças de Portugal, 7 Supertaças, 1 Taça Challenge). "Ser ABC é querer muito, é ser guerreiro, sonhar alto, dar tudo o que se tem e honrar muito esta camisola, mas a juventude de hoje tem muitas opções e o andebol é cada vez menos uma paixão", lamentou.