É conhecido por "The Greek Freak", por ser grego e fazer coisas em campo nunca vistas. Já levou Milwaukee aos play-offs da NBA e, sendo filho de um futebolista, gostou de falar a O JOGO.
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Com um passado a vender bugigangas para turistas nas ruas de Atenas, Giannis Antetokounmpo, de origem nigeriana, deu nas vistas na segunda liga grega em 2013, pelo Filathlitikos, chegando a comprometer-se com os espanhóis do Saragoça. No entanto, Milwaukee assumiu o risco e escolheu-o no Draft. Hoje é uma das maiores estrelas da NBA e falou a O JOGO.
Está a fazer uma época fenomenal e lidera uma das equipas com mais futuro da NBA. Como vive isso?
-Estou muito satisfeito. Passei por momentos difíceis até chegar à NBA. Tive uma infância feliz, mas não me esqueço como era ser filho de um emigrante na Grécia. Para ajudar a minha família, vendia brinquedos e lembranças para turistas em Atenas nos tempos livres. Não tenho vergonha disso, bem pelo contrário. E agora estou na melhor liga do mundo, a fazer o melhor trabalho do mundo [risos]. Sou ambicioso e trabalhador, mas também muito humilde. Não mudei e fico feliz por ajudar a minha família.
É um exemplo para a juventude grega, que tem sofrido muito nos últimos anos...
-Tenho orgulho em ser grego e quero mostrar ao jovens do meu país que podem concretizar os seus sonhos. Se eu consegui fazer o que faço, então todos os jovens também conseguem. Fico feliz pelo apoio que recebo todos os dias de gregos, aqui nos Estados Unidos, em cada deslocação dos Bucks, mas também quando vou a Atenas. Sei que vou atingir os meus objetivos. Não sei se já nasci com esta personalidade, mas serei sempre um guerreiro ambicioso.
"Quero chegar ao nível de LeBron, Durant, Harden ou Westbrook"
Ambiciona ser uns dos melhores da NBA?
-Claro! Estou na NBA há cinco anos e a minha progressão tem sido boa, mas vou continuar a desafiar os meus limites. Quero ser o melhor e mais completo jogador possível. LeBron James, Kevin Durant, James Harden ou Russell Westbrook são grandes estrelas. Quero chegar o mais próximo desse nível e ganhar troféus, como o do MVP, por exemplo. Tenho imenso respeito por todos, são inspirações e jogar contra eles é sempre um teste para ver se fiz o trabalho de casa e se progredi nos últimos anos. No início, era muito fraquinho fisicamente a defender o LeBron. Agora já sou mais pesado, não são só ossos [risos, pois pesa uns 101 quilos].
Parece empenhado em tornar de novo Milwaukee uma das grandes equipas da NBA...
-É outro sonho que quero concretizar. Quero mostrar à cidade e à equipa que temos potencial para fazer algo grande e voltar ao topo. Dou tudo pelos Bucks. Eles correram o risco de me contratar há cinco anos, quando jogava na segunda divisão da Grécia. Com os jovens jogadores, os adeptos e o trabalho diário, estamos a construir o presente, mas também o futuro. Quero ganhar títulos com os Bucks, seria a cereja no topo do bolo.
Que balanço faz da época?
-Mostrámos aspetos bons, mas ainda estamos a procurar a melhor química. Houve várias mudanças, saiu o treinador [Jason Kidd] a meio da época e o plantel ainda é muito jovem. Vamos tentar ir o mais longe possível no play-off e ganhar mais experiência coletiva. Os melhores anos de Milwaukee estão a chegar, estamos a construir algo grande, que pode dar aos habitantes da cidade e do estado de Wisconsin alegrias. Não são só as grandes cidades como San Francisco, Houston ou Boston que têm equipas competitivas.