Tiago Freitas, filho de Paulo Freitas, treinador do Sporting, está emprestado pelos leões à Sanjoanense
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Faltam oito jogos para acabar o Nacional de Hóquei em Patins e a luta pelo título está ao rubro. O comandante Benfica lidera com três pontos de vantagem sobre o Sporting que em 18 jornadas perdeu 11 pontos, fruto de três derrotas e um empate, este na pista da recém-promovida Sanjoanense.
Foi a 20 de novembro quando o ainda campeão europeu em título deixou ficar dois pontos no Pavilhão dos Desportos e a noite de Paulo Freitas, treinador dos leões, foi estragada pelo...filho Tiago Freitas, que é guarda-redes e está emprestado pelos lisboetas aos alvinegros. Sábado, há novo confronto entre pai e filho e o jovem de 19 anos ambiciona voltar a estragar os planos do pai. "Se eu não achasse que é possível nem íamos a Lisboa gastar gasóleo. Temos uma palavra a dizer", afirma.
Sobre o encontro da primeira volta, no qual Tiago foi um dos melhores em campo, o guardião recordou o que o pai lhe disse como progenitor e treinador adversário. "Como pai, deu-me os parabéns mas disse que não era por aquela exibição que ia ser o melhor do Mundo e que o importante era continuar a trabalhar. Como treinador do Sporting, reconheceu que aqueles dois pontos perdidos poderiam vir a ser importantes na luta pelo título", revelou.
Tiago tem um irmão mais velho [Pedro Freitas] que também é guarda-redes de hóquei em patins, embora Pedro, atleta do Riba D'Ave, tenha entrado para a modalidade com "três ou quatro anos", ao passo que Tiago jogou futebol até aos 12. "Jogava na escola Hernâni Gonçalves mas um dia o treinador passou-me de extremo para central e eu não queria. Cheguei a casa e disse ao meu pai que queria ir para o hóquei. Escolhi ser guarda-redes talvez por influencia familiar, visto que o meu pai também o foi, mas também porque sempre aconhecei o André Girão desde os tempos em que ele jogava na Académica de Espinho e era treinado pelo meu pai", refere.
A adaptação não foi difícil. "Já sabia patinar desde novinho, comecei por treinar com os escolares do FC Porto e depois fui para o Valongo", recorda.
Voltando ao presente, Tiago Freitas está a dar a experiência na Sanjoanense. "Tem sido uma aprendizagem muito boa. Entrar num pavilhão cheio com duas mil pessoas é fantástico para um miúdo de 19 anos", realça. O guarda-redes é uma das figuras da boa temporada dos alvinegros no regresso à I Divisão (estão no oitavo lugar) e sublinha a paixão que existe na cidade. "A modalidade rainha em São João da Madeira é estranhamente o hóquei em patins. As pessoas passam por mim na rua e buziam, ou abordam-nos e falam sobre os jogos. É um ambiente como eu nunca vi", valoriza.
As boas prestações fazem Tiago Freitas acreditar que pode ser convocado para a Taça Latina, competição Sub-23 de seleções, ainda que isso não seja uma prioridade. "O que importa é o campeonato. Se for convocado ficarei muito satisfeito por representar Portugal, mas se não o for o caminho continua", concluiu.