
Novak Djokovic (Créditos: EPA)
Tenista sérvio acredita que o Sinner não tenha tomado um produto anabolizante de propósito, mas questionou o "timing" estranho dos três meses de suspensão que o rival recebeu, no âmbito de um acordo com a Agência Mundial Antidoping
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Novak Djokovic foi a mais recente figura do ténis a reagir ao caso de doping de Jannik Sinner, que cumpriu três meses de suspensão, entre fevereiro e maio deste ano, no âmbito de um acordo com a Agência Mundial Antidoping (AMA), após ter testado positivo para clostebol, um produto anabolizante, em março de 2024.
Este acordo foi alcançado depois de um painel independente ter considerado que o atual vice-líder do ranking ATP não ingeriu a substância de forma consciente, com Sinner a ter explicado que foi contaminado inadvertidamente por um massagista da sua equipa.
Ainda assim, este acordo entre Sinner e a AMA, que exigia inicialmente um ano de suspensão ao italiano, foi alvo de muitas críticas, com acusações de favorecimento. Questionado sobre o caso numa entrevista com Piers Morgan, "Djoko" compreendeu essas reações, falando numa injustiça, mas também vincou que acredita na inocência do rival italiano.
"É óbvio que ele é responsável. A forma como este caso se desenrolou... Houve demasiados sinais de alerta. O facto de a suspensão ocorrer entre os torneios do Grand Slam, para que ele não perca nada, é realmente estranho. Foi muito estranho. Ouvimos tantos outros jogadores, homens e mulheres a queixarem-se de tratamento preferencial. Quero acreditar nele, acho que não foi de propósito, mas ele é obviamente responsável. Quando vemos que outros são suspensos durante anos por uma falha semelhante e ele é suspenso por três meses, não é justo. Ele está a lidar com esta tempestade mediática com muita maturidade e sangue-frio, e eu deu-lhe os parabéns por isso. Apesar de tudo isso, ele continua a dominar e a jogar muito bem", comentou.
Djokovic considerou ainda que esta polémica vai "seguir" Sinner até ao fim da sua carreira, tal como aquela que o próprio sérvio protagonizou em 2022, após ter recusado-se a ser vacinado contra a covid-19, o que levou a que fosse deportado da Austrália, não participando no Open local desse ano.
"Algumas pessoas vão sempre querer voltar a colocar isso em cima da mesa. Conheço o Sinner desde os 14 anos. Sempre gostei dele. Quando isso aconteceu, fiquei chocado. Não é fácil para ele, tenho um verdadeiro sentimento de empatia e compaixão", completou.
