Paulo Gonçalves continua a ser a principal figura, mas pela indiana Hero. Embora conte "lutar pelos primeiros lugares", serão Paulo Fiúza e Bianchi Prata os mais habilitados a tentar o triunfo, como copilotos.
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Arranca este domingo na Arábia Saudita um Rali Dakar inédito no percurso, mas também diferente nas ambições dos pilotos portugueses. Serão 14, número próximo dos 15 que fizeram as duas últimas edições na América do Sul, mas longe vão os tempos em que Hélder Rodrigues, Ruben Faria e Paulo Gonçalves alinhavam entre os favoritos nas motos. Rodrigues retirou-se há dois anos, Faria é agora diretor da Honda e Gonçalves trocou a Honda pela Hero, moto indiana que vai apenas para a quarta presença.
Serão 14 representantes nacionais, distribuídos por carros, motos, camiões e SSV, mas só os navegadores ambicionam a vitória
"O meu objetivo e o da equipa é lutar pelos primeiros lugares. Serão cinco mil quilómetros de especiais, o dobro do ano passado, e a regularidade será determinante", comentou Paulo Gonçalves, que vai para a 13.ª presença e na equipa mais portuguesa. Nas motos indianas Hero terá ainda o cunhado, Joaquim Rodrigues, e Sebastian Buhler, piloto nacional que volta a inscrever-se como alemão e foi chamado para o lugar do lesionado Oriol Mena.
Se nas motos ainda se destaca Mário Patrão, quinto piloto de uma KTM oficial que leva 18 vitórias seguidas, as maiores esperanças de um brilharete nacional vão para Paulo Fiúza, navegador do favorito Stéphane Peterhansel, na equipa da Mini, e para Pedro Bianchi Prata, que ditará notas a Conrad Rautenbach, um dos candidatos ao triunfo entre os 46 SSV inscritos. "É um grande desafio, num projeto bem estruturado. Fizemos um teste na Arábia Saudita onde rolámos nas primeiras posições", explicou sobre a parceria com o piloto do Zimbabué, que brilhou nos ralis e foi o melhor estreante do Dakar em 2017. "Se não falhar a navegação, o lugar será bom", garantiu Prata.
A ambição de Porém no prometedor Borgward
Embora existam portugueses nos SSV, camiões e carros, só Ricardo Porém estará ao volante e também ele é uma surpresa à partida: alinha num Borgward, carro de um pequeno construtor alemão que vai para a terceira presença e terá Nani Roma como grande estrela. Campeão nacional de todo o terreno em 2010, 2014 e 2017 e quatro vezes vencedor da Baja de Portalegre, Ricardo Porém terá o irmão Manuel ao lado e diz que, no seu segundo Dakar, quer "aprender, sem descurar o possível bom resultado". A sua meta é o top 10 e o "trabalho desenvolvido pelo Nani Roma tem sido relevante e dá confiança".