Carlos Martingo: "A Espanha foi mais forte e acabou por ser uma justa vencedora"
Declarações do selecionador nacional, Carlos Martingo, após o jogo Portugal-Espanha (35-37), da final do Campeonato da Europa de andebol de sub-20, disputado em Matosinhos
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Derrota: "Perder nunca é fácil, mas nada tenho a apontar à prestação dos meus jogadores. Fizemos 45 minutos de alto nível e sabíamos que a Espanha nos iria tentar castigar com transições. Durante os 10 minutos seguintes, tivemos algumas perdas de bola ou remates falhados que não tivemos no resto do jogo".
Chave da vitória espanhola? "Sempre que voltávamos para marcar um golo, e conseguimos bastantes, a Espanha marcou bastantes vezes tentos fáceis nesse período. Mesmo que estivéssemos à frente [do jogo], não é fácil marcar um golo e sofrer outro de forma fácil passado pouco tempo. De qualquer maneira, quero realçar o comportamento magnífico que os atletas tiveram num Campeonato da Europa fantástico, bem como a empatia que este grupo criou com o público e muitos portugueses. Isso não é normal para uma equipa de camadas jovens, ainda por cima de andebol, mas demonstra a qualidade dos jogadores, que fizeram com que todos acreditassem que fosse possível [vencer]. Infelizmente, não oferecemos uma vitória, mas toda a entrega e suor e só temos de estar orgulhosos com o que fizemos".
Deslumbramento? Sinceramente, não creio que isso tenha acontecido. Não quero estar a entrar em pormenores, mas a Espanha foi mais forte do que nós naquele momento do jogo e acabou por ser uma justa vencedora. É uma equipa de topo, como mostrou ao longo do torneio. Nenhum dos nossos jogos foi fácil e acho que este grupo de atletas já tem experiência suficiente para perceber que o jogo só acaba aos 60 minutos".
Futuro da Seleção AA: "Quando alcançámos o quarto lugar [no Mundial de sub-19 de 2019] na Macedónia, disse que o futuro de Portugal estava assegurado. Eu acredito que este grupo que hoje jogou será a espinha dorsal da seleção principal a curto/médio prazo. Alguns deles já lá estão, mas têm de perceber que não é fácil entrar nesse grupo neste momento. Agora, com o desenvolvimento, a acumulação de experiências e uma maior maturidade, não tenho dúvidas de que grande parte destes jogadores vai ser parte integrante da seleção AA".
O culminar de um trabalho estruturado: "Olhando para trás, não é só esta geração. A onda positiva do andebol português já tem alguns anos, provavelmente iniciada com a geração que conquistou a última medalha de prata de Portugal [no Europeu de sub-20 de 2010]. Também temos de ter noção de que, às vezes, chegar a uma final e aos oito primeiros de um Europeu passa pelo pormenor. Com a consistência que Portugal tem apresentado nos últimos anos nos escalões jovens, é evidente que isso iria ter repercussões na seleção AA mais cedo ou mais tarde. Acho que o futuro não vai ficar por aqui, pois estas gerações podem acrescentar qualidade".
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