Hamilton teve dificuldades para sair do Mercedes em Baku, George Russell teme um acidente grave, Pierre Gasly e Carlos Sainz querem que a FIA mude as regras. Mas a Red Bull diz que protestar é "jogo".
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No final do Grande Prémio do Azerbaijão, quando Lewis Hamilton saiu do Mercedes parecendo um idoso que padecia de artroses, as campainhas de alarme soaram na Fórmula 1. A aerodinâmica dos novos carros, que os fazem vibrar e saltar em pista, é demasiado dolorosa para os pilotos e precisa ser alterada, pois em pistas citadinas, como a de Baku, o desconforto torna-se perigoso. São pedidas mudanças, difíceis de aplicar porque nem todas as equipas estão de acordo.
"Foi duro, tive problemas para dormir, mas acordei mais animado. As costas estavam doridas e amassadas. Mas fiz acupuntura e fisioterapia e estou pronto para lutar de novo", escreveu Hamilton um dia depois da corrida de Baku, eliminando os receios de que não poderia correr este fim de semana no Canadá. A Mercedes, pela voz de James Vowles, estrategista da equipa, explicou que "as pistas, e a dureza do seu asfalto, têm influência". "Baku foi a pior, o Mónaco também, mas em Barcelona era suave", pormenorizou, admitindo que a equipa terá ido "demasiado longe no acerto do carro, gerando desconforto nos pilotos".
Os saltos - ou "porpoising", como chamam na F1 às oscilações dos carros - têm-se sentido mais em algumas equipas, mas Pierre Gasly, da AlphaTauri, disse a outra verdade: "A equipa perguntou-me se queria comprometer a afinação. Mas eu preferi comprometer a minha saúde para ter a performance. E irei fazê-lo sempre. Sou um piloto e quero o carro mais rápido que puder. A FIA é que não nos deveria encostar à parede, ao ter de escolher entre saúde e performance".
"Já pedimos à FIA para nos ouvir, e não às equipas", disse Carlos Sainz, da Ferrari. "É questão de tempo até termos um grande acidente", avisou George Russell, da Mercedes. Mas as mudanças não serão simples, como se percebe por Christian Horner, diretor da Red Bull. "Eles reclamam para aumentar o problema. Faz parte do jogo. É como cair na grande área. É desconfortável, mas resolve-se à custa do desempenho do carro. Cada equipa tem de fazer a sua escolha", disse, não querendo mudanças nas regras.
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