Cabral e os adversários nas "meias" de pares do Estoril Open: "Nunca os vi jogar"
Francisco Cabral e Nuno Borges vão disputar as meias-finais do Estoril Open depois de, na passada edição, terem-se tornado nos primeiros portugueses a erguer o troféu de pares do único torneio ATP disputado em Portugal.
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Francisco Cabral admitiu esta sexta-feira que será especial regressar no sábado ao court central do Clube de Ténis do Estoril, onde viveu o seu "momento mais feliz", para disputar as "meias" de pares do Estoril Open com Nuno Borges.
"Claro que é um campo que, por nós, tínhamos jogado desde o primeiro jogo, mas não somos nós que decidimos. Portanto, nós jogámos no court Cascais da mesma maneira que jogaríamos no court Millenium, mas claro que voltar lá amanhã [no sábado] vai ser especial. Provavelmente, para mim, é o momento mais feliz da minha vida, um sonho que se tornou realidade e vai ser especial", assumiu, referindo-se ao título conquistado no ano passado ao lado do seu eterno parceiro.
O maior especialista de pares português falava em conferência de imprensa depois de ele e Nuno Borges terem derrotado hoje, nos quartos de final, o neerlandês Robin Haase e o austríaco Philipp Oswald, por 6-3 e 7-6 (7-4), em uma hora e 26 minutos.
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Cabral disse esperar que a dupla lusa esteja "à altura do desafio de voltar a jogar outra vez no maior palco do ténis nacional", depois de na passada edição, precisamente no court central do Clube de Ténis do Estoril, os amigos nortenhos se terem tornado nos primeiros portugueses a erguer o troféu de pares do único torneio ATP disputado em Portugal.
Antes, o portuense tinha analisado as perspetivas de o duo chegar à final de domingo.
"Tal como dissemos, ontem, anteontem e no dia antes de anteontem, cada jogo aqui é como uma final. Podemos ganhar a todos, acredito plenamente nisso, mas também acredito que num dia menos bom da nossa parte podemos perder com qualquer das restantes duplas que está em prova. Portanto, não vale a pena pensar em domingo, porque ainda há um grande dia de sábado, em que os nossos adversários também vão tentar o mesmo que nós, que é a passagem à final", notou.
O 53.º classificado do ranking da variante afirmou que a única coisa que os campeões em título podem garantir é que, "tal como hoje e tal como na quarta-feira", vão "dar tudo" o que têm.
"Se não ganharmos, é porque os outros vão ser melhores e não porque nós não demos tudo", completou.
Questionados sobre os adversários nas "meias", os belgas Sander Gille e Joran Vliegen, quartos cabeças de série, os tenistas lusos revelaram desconhecimento - Borges perguntou mesmo ao parceiro quem eram, e chutou para Cabral a resposta.
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"Muito sinceramente, eu nunca os vi jogar na minha vida, acho que, provavelmente, se não é a primeira, há de ser uma das primeiras vezes que estamos no mesmo torneio e, por acaso, nunca calhou eu vê-los a jogar, nem nunca treinei com eles. Portanto, estou um bocadinho assim fora daquilo que são os nossos adversários, mas até amanhã [no sábado] vou com certeza saber algumas coisas, porque tenho pessoas em quem eu confio que com certeza que conhecem", revelou.
Embora a conversa tenha divergido para as meias-finais, ainda havia um encontro dos quartos para comentar, cabendo essa tarefa a Borges.
"Acho que, para ambas as equipas, os jogos de resposta foram sempre muito difíceis e foi todo o jogo sempre à procura de conseguir meter respostas dentro e conseguir mantermo-nos no jogo de resposta. Mas eu senti que estivemos por cima, no geral, apesar de termos levado um 'break'. Foi um momento ali no início do segundo set em que, se calhar, não estivemos sempre por cima, mas acho que fomos superiores", avaliou.
O número um nacional de singulares, e 65.º tenista mundial, considerou que, no tie-break, o duo luso mostrou que estava "a jogar melhor" e que estava "ali para ganhar".
"Mas sim, acho que, sem dúvida, toda a gente concorda que encontrar aqui a resposta é difícil, as bolas estão a saltar muito, o campo um bocadinho escorregadio, não é? É clássico [na] terra batida e, às vezes, os ressaltos... Faz tudo parte", concluiu.