Cabral aceita eliminação nas "meias" do Estoril Open: "Ganharam com todo o mérito"
Nuno Borges e Francisco Cabral foram eliminados pela dupla belga Sander Gille e Joran Vliegen nas meias-finais do Estoril Open, torneio que venceram na anterior edição.
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Francisco Cabral admitiu este sábado que os tenistas belgas Sander Gille e Joran Vliegen o deixaram e a Nuno Borges "um bocadinho desconfortáveis", atribuindo mérito aos adversários por terem eliminado os campeões em título nas 'meias' do Estoril Open.
"Acho que, claramente, está aos olhos de toda a gente, [que] não foi o nosso melhor encontro, também um bocadinho por mérito deles, que realmente serviram bastante bem, nos sítios certos, variaram a velocidade e deixaram-nos um bocadinho desconfortáveis", assumiu o 53.º classificado do ranking mundial de pares.
Cabral e Borges, que no ano passado se tornaram nos primeiros portugueses a conquistar o título de pares do Estoril Open, caíram nas meias-finais desta edição, ao serem derrotados pelos quartos cabeças de série pelos parciais de 7-6 (7-4) e 7-6 (7-4), em um hora e 47 minutos.
"Acho que este tie-break do segundo set pode parecer que é azar, mas acho que foi também o pesar de todo o encontro, de eles estarem sempre por cima, sempre mais perto de conseguir alguma coisa do que nós e ganharam com todo o mérito", concedeu Cabral, referindo-se ao facto de a dupla portuguesa ter chegado a ter um mini-break de vantagem nesse parcial.
Os dois amigos nortenhos, de 26 anos, entraram apáticos no encontro das "meias", uma perceção confirmada por Nuno Borges, que confessou ter "andado a fazer um esforço" para contrariar essa realidade.
"Desde o início da semana, já no singular, [estive] um bocadinho mais apático do que o costume. Se calhar, encontrei-me um bocadinho mais cansado do que gostaria, nem fisicamente mas mais de cabeça, porque o ano para mim não começou agora, infelizmente", notou o número um nacional de singulares.
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Borges, que já conquistou dois challengers este ano e ocupa esta semana o melhor ranking da carreira (65.º), revelou que ainda tentou "tirar a semana passada" para se preparar "da melhor maneira", mas o desgaste acumulado no início da temporada "acabou por pesar" numa semana em que "gostava de estar mesmo fresquinho" para jogar o seu melhor ténis.
"Não aconteceu, mas essas coisas, às vezes, eu também não consigo prever e, se calhar, fez-se pesar também. Mas acho que fizemos um bom esforço para tentar manter a energia, mas também com pontos tão curtos [...] custa-me também entrar dentro do jogo e sentir aquele fogo e parece [que] mesmo aquecer dentro do campo. E acho que o Francisco também sentiu um bocadinho o mesmo", admitiu.
O maiato negou que o duo tenha acusado a pressão de defender o título, defendendo que os dois estavam "entusiasmados para voltar a capitalizar e ganhar os encontros".
Olhando para o futuro a curto prazo, Borges irá voltar a concentrar-se no percurso em singulares, indo disputar o torneio de Barcelona, onde "qualquer jogo que ganhe é ótimo", enquanto Cabral prosseguirá a sua caminhada em pares.
"Em termos de objetivos concretos, não tenho nada. Passa por estar bem fisicamente, estar disponível mentalmente para dar o melhor em todos os pontos, só assim é como uma pessoa ganha jogos, porque a este nível todos os jogos são superexigentes e, como se viu aqui, todas as duplas querem ganhar. Toda a gente conhece toda a gente, toda a gente conhece os pontos fracos de toda a gente e os pontos fortes, portanto estar a 200% mentalmente e fisicamente e esse é um grande objetivo", concluiu.
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