Contrato termina em 2020, São Paulo quer privatizar o autódromo e o subsídio "especial" de Ecclestone deve acabar.
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O Autódromo Carlos Pace, em Interlagos, São Paulo, que no passado domingo aplaudiu a vitória de Lewis Hamilton, pode receber a Fórmula 1 pela última vez no próximo ano. Os brasileiros negam essa possibilidade, mas a pista está para venda e dificilmente o Grande Prémio, que no próximo ano terá de renovar o contrato, receberá as benesses do anterior acordo, que o transformava num dos mais baratos do Mundial.
Os organizadores de corridas de Fórmula 1 pagam entre 20 e 60 milhões de dólares (18 a 53 milhões de euros) à Formula One Group, entidade que em janeiro do ano passado foi adquirida pela Liberty Media, e aqui poderá estar um problema para os brasileiros. Dificilmente os norte-americanos, que têm vários países interessados em entrar no calendário da F1 e se deparam com protestos de pilotos, como Lewis Hamilton, pelo aumento do número de corridas, manterão o acordo estabelecido pelo anterior proprietário do "Grande circo", Bernie Ecclestone, que atendeu ao carácter "histórico" do Brasil e concedeu um subsídio de valores desconhecidos, mas que permitia manter a corrida.
Bruno Covas, prefeito de São Paulo, diz que a F1 é "importante para a cidade", mas confirmou no domingo que a pista de Interlagos é para vender, como forma de reduzir os gastos públicos. E a privatização - os organizadores já negaram a relação com as políticas de Jair Bolsonaro - prevê a construção de zonas residenciais no local, o que baralha ainda mais o caso.
"O Brasil é importante para a F1", confirmou no fim de semana um dos responsáveis da Liberty, depois de há uma semana o diretor comercial, Sean Bratches, ter defendido a manutenção das "corridas históricas", embora fosse necessário zelar pelo negócio. E aqui está o ponto essencial: irá a F1 manter o desconto de Ecclestone ao Brasil, quando na Ásia não falta quem pague para ter corridas? Parece improvável...