Bonificações na Volta ao Alentejo animam luta pela sucessão de Mauricio Moreira
Prova tinha apenas contagens de montanha de quarta categoria. Corredor uruguaio, vencedor da edição passada, vai falhar a prova por lesão. Dorsal número um será de Luís Mendonça
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A 39.ª Volta ao Alentejo recuperou as bonificações para desafiar os candidatos à sucessão do ciclista uruguaio Mauricio Moreira, que terão pela frente, entre quarta-feira e domingo, 724 quilómetros sem montanha, mas com um contrarrelógio "explosivo".
Incontornável no calendário nacional, a "Alentejana" já teve vencedores de renome, como os espanhóis Enric Mas (2016), vice-campeão da Vuelta em 2021 e 2018, José Luís Rubiera (1999), um dos principais gregários de Lance Armstrong, Melchor Mauri (1998), campeão da Vuelta'1991, e Miguel Indurain (1996), pentacampeão do Tour, ou o belga Jasper Stuyven (2013), vencedor da Milão-Sanremo do ano passado, mas nos últimos anos tem-se conformado em lançar candidatos ao triunfo na Volta a Portugal.
Nas duas linhas mais recentes do palmarés desta corrida figuram os nomes de Mauricio Moreira (Glassdrive-Q8-Anicolor) e João Rodrigues (W52-FC Porto), talvez os dois melhores corredores do pelotão português - o uruguaio secundou Amaro Antunes, o bicampeão da Volta a Portugal, na última edição, e o algarvio, vencedor da última Volta ao Algarve, triunfou na Alentejana em 2019, ano em que explodiu no panorama nacional.
Contudo, o uruguaio está lesionado e a honra de transportar o dorsal número um cabe ao seu companheiro de equipa Luís Mendonça, vencedor em 2018 - o sprinter da Glassdrive-Q8-Anicolor e Rodrigues são os únicos ex-campeões presentes.
A lista de candidatos a estar completamente em aberto, embora se espere que esta corrida marque o reinício das hostilidades entre os dois blocos mais fortes da época transata, que vão partir de Vendas Novas, na quarta-feira, para os 724 quilómetros da 39.ª edição, na máxima força.
Se a W52-FC Porto tem o algarvio, o campeão nacional José Fernandes ou o regressado José Gonçalves, Mendonça faz-se acompanhar de Rafael Reis e António Carvalho, num mano a mano em que se procurarão intrometer as restantes oito formações continentais lusas, mas também as espanholas (e ProTeam) Burgos-BH, Caja Rural e Euskaltel-Euskadi, equipas que tradicionalmente se dão bem por cá.
Para complicar um percurso sem dificuldades assinaláveis (existem apenas contagens de montanha de quarta categoria), a organização promoveu o regresso das bonificações nas etapas em linha, algo que, por si só, garantirá animação adicional na luta pela amarela, a começar logo na primeira etapa, uma ligação de 176,7 quilómetros entre Vendas Novas e Sines.
Segue-se, na quinta-feira, a jornada mais longa desta edição, uma ligação de 187,7 quilómetros entre Beja e Portel, que antecede o regresso de Elvas ao percurso. Há 17 anos que a cidade raiana não fazia parte do itinerário da prova e, na sexta-feira, servirá como ponto de partida para os 179,3 quilómetros da terceira tirada, com final em Ponte de Sor.
Provavelmente, o ponto alto da 39.ª Alentejana acontecerá no sábado, dia de contrarrelógio em Castelo de Vide: serão 8,4 quilómetros intensos e explosivos para definir aquele que, potencialmente, será o vencedor final.