Boicote do FC Porto a três árbitros: vários clubes da Liga desagradados com o impasse
Federação e FC Porto continuam sem conversar para resolver o impasse gerado pelo boicote dos dragões a três árbitros, que não agrada aos restantes clubes. O Benfica voltou ao tema na newsletter diária
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A ausência, em cinco dos seis jogos do FC Porto desta época, dos três árbitros internacionais (Fernando Rocha, Carlos Santos e Paulo Marques) que estiveram na negra da última final do play-off, não está a agradar a vários clubes da Liga Betclic, apurou O JOGO, e alguns já começaram a manifestar-se.
Os dragões fizeram falta de comparência em Ovar, na terceira jornada, quando Paulo Marques foi nomeado, e entretanto Sporting e Benfica foram os primeiros a indignar-se com essa posição, por intermédio dos seus treinadores. Na terça-feira, na newsletter diária, os encarnados reafirmaram as declarações de Norberto Alves no fim do clássico no Dragão - ("Boicote a árbitros é uma prática de terceiro mundo") -, mas há mais insatisfeitos, como O JOGO constatou.
Os portistas, pela voz do diretor Afonso Barros, em entrevista a O JOGO, já revelaram abertura para conversar com a federação, tal como esta, em resposta. Mas ainda não houve diálogo, nem existe uma solução à vista.
"O que se está a passar neste momento é inqualificável, não compreendo como há clubes que escolhem árbitros", afirmou o técnico do Vitória de Guimarães, Carlos Fechas, considerando que "há alguns árbitros com qualidade e outros muito jovens e que ainda não são minimamente capazes de estar a este nível, como aconteceu no nosso jogo contra a Oliveirense". "Nós, treinadores, temos muitas dificuldades em explicar aos jogadores porque existe um critério num momento e num outro, com outro árbitro, já não é o mesmo. Isso cria dificuldades e até insegurança nos jogadores. No geral, a arbitragem é boa, mas estas duas situações parecem-me inqualificáveis", concretiza Fechas.
O treinador da Oliveirense, Manolo Povea, um espanhol conhecedor da realidade nacional (fez várias épocas em Portugal desde 2005), nada aponta ao FC Porto, mas realça que "as equipas de arbitragem têm de ser respeitadas".
"Se calhar isso nem sempre acontece, pela confiança que há. Os treinadores e jogadores já levam muito tempo de Liga e os árbitros são sempre os mesmos. Cria-se um relacionamento que abre a porta a falar de mais", explica, lembrando que "a arbitragem portuguesa tem uma presença na Europa muito mais potente do que o basquetebol português no geral".