Lenda da F1 em entrevista: "Bati o Fangio e o Jim Clark e não fui melhor do que eles"
<strong>ENTREVISTA (parte 2)</strong> - Agora empresário, Jackie Stewart segue sempre a Fórmula 1 e foi no Algarve, após os treinos, que falou a O JOGO
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Para Jackie Stewart, lenda da Fórmula 1, cada piloto tem a sua "janela temporal", não sendo corretas as comparações entre eras diferentes. E o escocês justifica.
Os resultados dizem tudo sobre um piloto?
-Não penso assim, porque hoje em dia há mais corridas. Existem 22 Grandes Prémios; quando eu corria, havia dez ou 11. Eu tinha o recorde de vitórias. Bati o Fangio; bati o Jim Clark. E acho que não fui melhor do que o Fangio ou o Jim Clark. Como agora há 21 corridas ou 22, só podemos ser os melhores dentro da nossa janela temporal. Até porque o desporto evolui, a tecnologia muda muito, mais do que no futebol, râguebi ou críquete. Quando o Alain Prost bateu o meu recorde de vitórias, aqui em Portugal, fui buscar uma garrafa de champanhe e celebrar com ele. Não foi do género "oh, que chatice, perdi o meu título". O Senna era um dos melhores, o Prost também e hoje é o Hamilton. O Verstappen ainda não, porque a sua equipa não tem o orçamento e tecnologia da Mercedes-Benz.
Quem é o seu piloto preferido, entre os atuais?
-Eu diria o Lewis e o Verstappen. Mas depois podemos pensar: o Bottas é por vezes mais rápido... mas não tão frequentemente como o Lewis. Portanto, o Lewis é o número um, mas o Verstappen não tem um Mercedes e pode um dia estar no topo. E de vez em quando surge um novo talento. Foi assim com o Stirling Moss, comigo, o Senna ou o Prost.
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CURIOSIDADES
Entusiasmado por apoiar... a Heineken
Jackie Stewart tem uma filosofia de vida curiosa: "É tão entusiasmante para mim estar em Portugal com a Heineken como teria sido continuar a ser piloto, porque é na mesma um desafio. Temos de ser o melhor possível em tudo o que fazemos."
Do tiro à Fórmula 1
e depois os negócios
"A minha vida começou com o tiro. Disparei pela Grã-Bretanha e pela Escócia e reformei-me aos 23 anos, para passar a ir às corridas de automóveis. Depois reformei-me aos 34 anos de idade e entrei no mundo dos negócios", comenta sobre as suas transições inesperadas.
Os F1 mudam a cada duas semanas
"Os melhores pilotos só conduzem para as melhores equipas, com a melhor tecnologia. E a Fórmula 1 é mais rápida a criar nova tecnologia do que qualquer outro negócio. A cada duas semanas, estes carros têm um aspeto completamente diferente. Como a Fórmula 1 tem uma tecnologia em constante e rápida mudança, a segurança é melhor. Não se veem tantas falhas, vê-se o progresso", contou Stewart.