Tiago Cerveira tem plano fora dos relvados: "Estou a preparar-me para todas as funções"

Preocupado com o pós-carreira e aproveitando uma iniciativa da Liga Portugal, em parceria com a Universidade Católica, Tiago Cerveira, 33 anos, jogador do Lourosa, da II Liga, concluiu uma pós-graduação em Organização e Gestão no Futebol Profissional. A formação, que já existe desde 2016 e dura um ano letivo, visa dotar os participantes de "conhecimentos específicos sobre o futebol profissional" e aproximá-los da "realidade dos clubes", segundo a Liga Portugal, abrangendo áreas como a organização das competições, marketing e comunicação, enquadramento jurídico, gestão e contabilidade das sociedades desportivas.

Após concluir três módulos e ser aprovado nos respetivos exames, Tiago Cerveira sente que esta etapa pode "ajudar a preparar o futuro", estando já inscrito numa formação sobre scouting, que arranca em novembro e terá dois meses de duração. "Para quem vive o futebol no dia a dia, convém saber um bocadinho mais e preparar o futuro, tendo outras opções para o final de carreira como jogador", explicou a O JOGO o lateral-esquerdo, confessando que a ideia passa por continuar a "trabalhar na área". "Sou apaixonado por isto e só me vejo a trabalhar no futebol, seja qual for a função, e por isso estou a preparar-me para todas, desde diretor-desportivo, diretor-geral, team-manager e scouting. Estou a reunir ferramentas para um dia assumir uma função no futebol", reforçou o jogador, revelando um dado que lhe foi passado no curso: "90 por cento das pessoas que estão nos clubes não têm formação. Tendo este curso, se calhar, passas à frente de muita gente que não tem nada além da experiência".

Em relação à carreira de jogador, Tiago Cerveira garante que se sente "bem fisicamente" e pode ainda "jogar mais três ou quatro anos", sabendo que, caso "os convites comecem a escassear", tem portas abertas pela via académica.

Atenção nas aulas e disciplina nos estudos

Tiago Cerveira representa o Lourosa na II Liga e garante que "não foi difícil conciliar" a agenda profissional com o curso, sendo que aulas eram sempre às quintas-feiras, das 14 às 19 horas, e os treinos de manhã. "Apenas tinha de me despachar no balneário depois do treino para chegar a tempo, assim como estar atento nas aulas e estudar", revelou o defesa, que parou os estudos no 12.º ano quando se tornou profissional e não pensa, para já, tirar curso universitário. "Vou apostar neste tipo de formações que me levam diretamente ao que quero fazer", concluiu.