Tiveram uma aula prática de nutrição, preparando a eventualidade de terem três jogos em quatro dias
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Em vez de bolas, a sala VIP do Dragão Arena recebeu utensílios de cozinha; em vez do equipamento de jogo, os atletas tinham o de passeio. E, em vez de Fernando Sá, era Raquel Teixeira quem liderava o plantel de basquetebol do FC Porto, que se reuniu para uma ação diferenciada a anteceder a Taça Hugo dos Santos, em Gondomar. Em causa estava a nutrição, em particular adaptada a um período em que a equipa pode ter um volume competitivo fora do comum.
“Quisemos trazer os atletas para a cozinha, para colocarem as mãos na massa. Estamos a falar da preparação da energia do corpo deles para estarem aptos para os jogos, e para a própria recuperação, numa semana em que poderão ter vários jogos em poucos dias”, disse Raquel, do departamento de saúde dos dragões e ligada à nutrição. Na Taça Hugo dos Santos, os azuis e brancos poderão ter três jogos em quatro dias. O primeiro foi ontem, com o Galitos. O segundo é amanhã, com o Benfica. “Isto é importante do ponto de vista da responsabilização dos hábitos alimentares, e o trabalho que o nosso departamento de saúde tem feito nessa área é extremamente profissional”, referiu o técnico Fernando Sá, para quem “deste tipo de ações transfere-se muito para dentro de campo”. “Na forma como os atletas cooperam uns com os outros, na forma como se envolvem no objetivo comum”, justificou.
Tanner Omlid, que adora roubar bolas – nos jogos, bem entendido – é um apaixonado pela cozinha e até levou material de casa. “Gosto muito de cozinhar, mas sou melhor dentro de campo a jogar basquetebol”, riu-se. “Trouxe algumas coisas de casa, da última vez que fizemos isto não tinha”, atirou o extremo de 31 anos, em segunda época no FC Porto e que, para todo o lado onde vai, leva sempre piripiri. “Isto é muito importante, são os nossos corpos, é nossa vida. Além da união da equipa, que também importa”. “É bom que os atletas percebam o que precisam de cozinhar e em que quantidades, destes alimentos, para obterem a quantidade de hidratos de carbono que queremos para terem energia no jogo”, voltou Raquel à carga.
Miguel Queiroz: “É sempre bom fazer coisas diferentes juntos”
“É sempre bom quando podemos estar todos juntos a fazer coisas diferentes”, reconheceu o capitão Miguel Queiroz. “Também é bom perceber que os meus colegas não cozinham nada, vai dar para poder gozar com eles”, brincou. Foi um ‘team building’ – atividade para criar e fortalecer relações entre grupos – diferente, “em que outras características dos nossos colegas se vão dar a conhecer”. “Vai ajudar-nos a construir ainda mais e melhor a nossa equipa”, sustentou.