Basquetebolista preso na Indonésia com caramelos de canábis: "Fins medicinais"
Jarred Shaw, dos Tangerang Hawks, encara um mínimo de seis anos de prisão por posse de caramelos de marijuana e arrisca até a pena de morte
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O basquetebolista norte-americano Jarred Shaw, de 34 anos, detido na Indonésia desde dia 7 de maio por posse de mais de cem caramelos de marijuana, "disfarçados" de vitaminas, defendeu-se em entrevista ao The Guardian, alegando que o produto é para fins medicinais. Arrisca, segundo as estritas leis do país para drogas, uma pena que pode ir dos seis anos de prisão à pena de morte.
"Uso a canábis para fins medicinais. Tenho uma doença inflamatória chamada doença de Crohn, que é incurável. Não há medicamento além da canábis que pare a minha dor de estômago. Há pessoas que me dizem que vou passar o resto da vida na prisão por causa de caramelos. Nunca passei por uma situação como esta. Os dois primeiros meses detidos foram os piores momentos da minha vida. Sentia-me desamparado e sozinho, não me queria levantar", afirmou. Jarred Shaw, refira-se, passava a pré-temporada na Tailândia, onde as leis são menos rígidas, mas um suposto agravamento do seu quadro clínico e das dores fez com que começasse a importar os mencionados caramelos de canábis.
A advogada do jogador, Donte West, espera abrir um precedente com a sua liberação: "A canábis não mata, mas a posse dela pode. Precisamos dar o máximo de atenção a este caso, na esperança de que uma resolução positiva estabeleça um precedente poderoso. Estou empenhada em garantir que Jarred volte para casa, para a sua mãe."
O jogador, na altura, alegou serem para partilhar com os colegas o que pode ser considerado tráfico na Indonésia e levar a perpétua ou morte. Cerca de 500 reclusos na Indonésia estão no corredor da morte por delitos relacionados com o tráfico de drogas.
A detenção deveu-se a um alerta recebido pela alfândega, após o jogador ter recebido um pacote suspeito oriundo da Tailândia.
Os Tangerang Hawks, clube onde jogava, rescindiu o seu contrato. "Não toleramos o consumo de drogas por jogadores, dirigentes ou qualquer outra pessoa em campo. Não há lugar para toxicodependentes no mundo do basquetebol", afirmou Budisatrio Djiwandono, presidente da liga de basquetebol da Indonésia.