Sueco vai evoluindo o máximo do salto com vara centímetro a centímetro porque isso rende (muito) dinheiro. Em Tóquio vai receber um cheque de 145 mil euros
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Armand “Mondo” Duplantis, melhor saltador com vara da história e já várias vezes eleito melhor atleta mundial do ano no atletismo, saltou 6,30 metros no Mundial de Tóquio, colocando a fasquia num patamar inimaginável há poucos anos.
O sueco começou a bater o recorde mundial nos 6,17m, em 2020 e atingiu o aumento de 14 centímetros em... 14 vezes. Tudo porque, e num sistema “inventado” pelo seu antecessor, o ucraniano Sergey Bubka, todas as melhorias valem dinheiro.
Bubka, que começou nos 5,85 metros e atingiu o 6,14, quebrando o máximo mundial 17 vezes, a maioria delas em meetings, e negociando previamente o cachê por cada centímetro que acrescentava. Com Duplantis, que surgiu após os 6,16 metros do francês Renaud Lavillenie, a questão monetária tornou-se mais fácil de negociar, numa evolução dos tempos.
Todas as grandes provas passaram a informar os atletas sobre o que pagam por recordes mundiais e a World Athletics, percebendo que as grandes competições ficavam sem os melhores momentos, chegou-se à frente e passou a pagar mais do que todos: bater um recorde mundial em Tóquio vale 100 mil dólares (85 mil euros), que se somam aos 70 mil (60 mil euros) da medalha de ouro.
“Mondo” Duplantis, entre os seus 14 recordes, já conta um nos Jogos de Paris (é bicampeão olímpico) e três em Mundiais, percebendo-se que, aos 25 anos, ainda tem muito dinheiro para ganhar.
Bubka, durante a sua carreira, subiu a fasquia dos recordes num total de 30 centímetros. Antes dele, e na década de 1940, o norte-americano Cornelius Warmerdam evoluiu 23 centímetros, para 4,77 metros, em apenas três vezes. Perante isto, os 14 centímetros do sueco parecem curtos...