Atleta da Finlândia esquiou sob uma temperatura bem abaixo de zero e, pese a sensação desconfortável, foi até ao fim. Percurso necessitou até de ser excecionalmente encurtado
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Alguns daqueles que disputam os Jogos Olímpicos de Inverno não enfrentam apenas adversários, mas também adversidades. Prova disso foi o que aconteceu a Remi Lindholm. O atleta, numa prova de 50km de cross-country, sob 17 graus negativos, em Pequim, "sentiu" o pénis congelado, o que tornou a tarefa numa "luta".
"Podem imaginar que parte do meu corpo estava um pouco congelada quando acabei", afirmou o esquiador, de 24 anos, à imprensa finlandesa. "Foi uma das piores competições em que já participei. Foi uma luta. Quando começou a aquecer depois da prova, a dor foi insuportável", descreveu Lindholm, que utilizou um dispositivo de aquecimento para repor a temperatura na zona genital.
O frio era tal que a prova - uma das mais exigentes dos Jogos Olímpicos de Inverno - foi encurtada pela organização devido aos efeitos que as condições extremas poderiam causar aos atletas. A hipotermia pode, inclusive, causar a falência de determinados órgãos e originar, por isso, um ataque cardíaco.
Por essa razão, os esquiadores, que habitualmente, em provas de cross country, queimam uma média de mil calorias por hora e vários sucumbem, na meta, ao esforço físico, apenas trilharam 30 dos 50 quilómetros previstos.
Estes atletas, não obstante estas consequências originadas pelo tempo gélido, mantêm-se quentes devido à temperatura do corpo - contrastante com a ambiente - gerada durante a prova, mas os fatos usados oferecem pouca proteção. Caso contrário, Remi Lindholm não teria ficado com a zona genital congelada.