Aos 50 anos, Miguel Maia vai continuar a jogar: "Tinha de regressar a casa"
ENTREVISTA - Nasceu no Hospital S. João, no Porto, mas é espinhense de alma e coração. Faz esta sexta-feira 50 anos, vai continuar a jogar e, não tendo dito onde e garantindo nada ter assinado, O JOGO sabe que será na Ac. Espinho.
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Foi numa esplanada de São Félix da Marinha, na "fronteira" entre Gaia e Espinho, que Miguel Maia falou com O JOGO sobre o seu futuro. Muito cumprimentado, percebeu-se a sua grande popularidade por aquelas bandas.
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Faz hoje 50 anos. Lembra-se como é que o voleibol surgiu na sua vida?
-Muito bem, porque foi aqui, na Académica de Espinho, tinha seis anos. Ou seja, tenho 44 anos de voleibol. O meu pai era diretor da Académica, a minha família praticamente toda jogava voleibol aqui, a casa dos meus pais era a 200 metros do pavilhão, Espinho é uma cidade que, por si só, já incute o gosto pela modalidade. Depois temos uma praia onde no verão podemos praticar voleibol, e tudo começou assim.
Praticamente estava "obrigado" a jogar voleibol...
-Obrigado não fui... Mas era o sentimento bom de poder brincar, estar em grupo, estar num pavilhão, brincar com bolas... Foi há 44 anos e não era fácil arranjar uma bola, era uma para 20 pessoas e se fôssemos para um clube eram seis ou sete, o que ainda assim era pouco, mas era muito mais agradável e tínhamos acesso a elas. Hoje em dia qualquer pessoa tem as bolas que quiser em casa.
O Miguel teve um crescimento diferente dos outros miúdos, que geralmente têm primeiro o apelo do futebol...
-Eu também tive. Joguei futebol ao mesmo tempo que voleibol, andei no atletismo ao mesmo tempo que no voleibol e joguei andebol ao mesmo tempo que voleibol. Até tinha apetência para jogar futebol, houve alguns clubes que me quiseram levar, mas como era muito novo e o meu pai era diretor da Académica, acabou por forçar mais o voleibol.
Que tipo de cuidados é que tem, para se manter a jogar ao mais alto nível com 50 anos?
-O meu cuidado começou a partir do momento em que comecei a ser profissional, com 17/18 anos. Nessa altura comecei a descansar para treinar; e o normal num desportista era descansar apenas antes de jogar.
"Joguei futebol ao mesmo tempo que voleibol, andei no atletismo ao mesmo tempo que no voleibol e joguei andebol ao mesmo tempo que voleibol"
Ou seja, não ia a discotecas ou bares...
-Também ia, depois dos jogos, agora nunca ia durante a semana. Sempre fui muito regrado.
Confirma que vai continuar a jogar?
-Sim, vou continuar a jogar.
Pode saber-se em que clube? Confirma que é na Académica de Espinho?
-Não se pode saber, porque ainda não assinei. Está próximo, está quase fechado, mas ainda não disse que sim.
Mas pode dizer se vai regressar ao Norte?
-Vou, é no Norte.
No fundo, regressa a casa...
-Sim, foi aqui que nasci, que está a minha família e os meus amigos, é aqui a minha casa, por isso tinha de regressar a casa. Gosto muito do Sporting, sou sportinguista, gosto de Lisboa, mas onde me sinto bem é em minha casa, com a minha família, com os meus amigos e na minha cidade, que é Espinho.