ENTREVISTA O JOGO, PARTE II >> Quando a entrevista foi combinada, António Areia pôde escolher o local para a sessão de fotografias. A princípio, por instantes, ficou na dúvida, mas depois escolheu o sítio que lhe pareceu óbvio: Dragão.
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Ponta-direita adora Portugal, conhecer novos locais e culturas, tendo a curiosidade de ser um lisboeta que conhece muito bem a cidade do Porto.
Por que razão escolheu este cenário para fazer a sessão fotográfica da entrevista?
-Havia vários cenários possíveis e interessantes, os sítios mais emblemáticos da cidade do Porto também teriam sido uma boa opção. Mas esta foi a minha casa durante nove anos. A cidade também me acolheu muito bem e eu não falo só dos portistas, falo também dos portuenses. São pessoas que levo no coração, levo mesmo, são muito apaixonadas pela cidade, defendem-na como ninguém, percebi aqui o que quer dizer ser-se bairrista.
Mas quis as fotos no Dragão...
-No fundo foi o que me fez mais sentido. Além de a cidade ter sido a minha casa durante nove anos, o Dragão foi a verdadeira casa. Foi onde eu passei os momentos mais felizes da minha carreira e também o momento mais triste da minha vida desportiva e pessoal. Fazia todo o sentido ser aqui.
Na primeira resposta falou dos portistas, também dos portuenses. Percebe-se que ficou a conhecer bem a cidade e que ficou a gostar...
-Gosto, gosto muito e de muitos sítios do Porto. A zona histórica é lindíssima, a zona ribeirinha, gosto da Foz. A marginal começa num rio e num local carregado de história e chega depois ao mar e a uma parte mais moderna. Também é histórica, mas, digamos, é um bocadinho mais moderna e mais aberta do que a Ribeira. O Mercado do Bolhão também, embora estas obras... Eu gosto de coisas mais tradicionais. Eu percebo que a conservação é importante. Passear a pé pela Rua de Santa Catarina, com lojas de comércio local, gosto porque tem a nata da cidade. Há, nessas pequenas coisas, muito do que é o povo portuense e isso fascina-me bastante.
"Uma época de muito sacrifício"
Desde 2017/18 que o FC Porto não ficava uma temporada sem vencer qualquer competição
Na última temporada os azuis e brancos não conquistaram qualquer troféu. Ganhou oito dos seus 12 troféus no FC Porto, mas saiu em branco...
-Não era de todo a forma como desejava sair. O grupo de atletas merecia ter acabado com títulos, foi uma época estranha, difícil, de mudança, mas foi, principalmente, de sacrifício e, por isso mesmo, todos os atletas mereciam um título esta época.
O facto de ter ganho quatro Campeonatos, duas Taças de Portugal e duas Supertaças antes ameniza a sensação?
-Não, não ameniza. É tão simples como o facto de um atleta que joga no FC Porto ser “obrigado” a ganhar títulos. Não há como amenizar. No entanto, falando de uma forma pessoal, esta última época não apaga toda a história que escrevemos no FC Porto e no andebol português.
Vem aí a experiência no Tremblay. O que espera?
-Experienciar uma das melhores ligas do mundo e demonstrar a mim mesmo que consigo competir numa liga como esta.