Diretor da UAE Emirates conversou com O JOGO sobre juntar êxito na Vuelta ao do Giro e Tour
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Joxean Fernández “Matxín”, de 53 anos, é o homem forte por trás de uma temporada da UAE Emirates para recordar. A formação dos Emirados Árabes Unidos, à qual o basco chegou em 2017, contabiliza 65 triunfos esta época, habilitando-se a juntar a conquista da Volta à Espanha à de Giro e Tour, estes com Tadej Pogacar. No entanto, a ambição de arrecadar as três Grandes Voltas não se deve ao feito inédito que a Visma alcançou em 2023. “Não estamos obcecados com o pleno, mas queremos ganhar a Vuelta”, assegurou a O JOGO o diretor desportivo, habituado a visitar Portugal para “ver corridas como a Volta a Portugal do Futuro ou a Volta ao Alentejo”.
Para a corrida espanhola, a UAE nomeou João Almeida e Adam Yates como líderes, mas Matxín ainda fala em Isaac Del Toro como “arma secreta”. A escolha sobre quem irá lutar pela camisola vermelha até ao fim vai ser “uma situação de seleção natural”. “Existe muito bom feeling entre o João e o Adam. Na Suíça chegaram juntos, um dia ganhava um, outro dia ganhava outro. São bons companheiros e muito profissionais”, sublinhou.
Quanto a Almeida, que o técnico conhece desde júnior, diz que o ciclista de A-dos-Francos “tem melhorado a cada dia e a cada ano”. “A pressão de ganhar é complicada, porque parece que defraudas se não ganhares. Então há sempre um pouco de pressão, mas, a partir do quarto dia, já estamos em Espanha e possivelmente não a irá sentir tanto”, completou o responsável, seguro de que o português um dia ganhará uma Grande Volta, podendo não faltar muito tempo. “Espero que seja já no mês de setembro”, atirou, com boa disposição.
Ayuso é “património da equipa”
Gerir um grupo de estrelas, com Tadej Pogacar à cabeça, é “muito fácil e melhor do que gerir uma equipa de maus corredores”, considera Matxín. “Não detenho a marca, nem o dinheiro, mas tenho a palavra, mantenho-a e eles também. Todos são honestos”, ressalvou, abordando a ausência de Juan Ayuso, que a própria Vuelta ansiava por ver inscrito. “Ele disse-me que queria estar, pusemo-lo como primeiro reserva. Na semana passada, ligou e disse que não se sentia bem, então tirámo-lo. Ele é património da equipa, não acho que tinha de correr aqui, porque não estava bem. Queremos que fique tranquilo”, disse.