Algarve bate recorde: "Os clubes trabalham melhor, existe mais profissionalismo"
Subidas de Ferragudo e Portimonense levaram o Algarve a bater o recorde de equipas na Liga de basquetebol.
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As recentes subidas da Associação Cultural e Desportiva de Ferragudo à elite feminina e do Portimonense à masculina elevaram para quatro o número de equipas do Algarve nos principais escalões do basquetebol português, o que é inédito e reflete, no entender de alguns técnicos ouvidos por O JOGO, a maior aposta e melhores condições proporcionadas pelos clubes. O Imortal é o outro emblema algarvio de topo, tendo equipas masculina e feminina na Liga Betclic, mas os homens, recentes finalistas vencidos da Taça de Portugal, ainda não garantiram a permanência para a próxima época.
"A proeza deve-se ao bom trabalho desenvolvido pelos treinadores que se encontram à frente das equipas, ao bom trabalho das respetivas direções dos clubes, aos apoios dos patrocinadores e, principalmente, às vitórias alcançadas pelos atletas dentro do campo", justifica Luís Modesto, referência do basquetebol de Albufeira e até há pouco tempo responsável pelo conjunto masculino do Imortal. "Os clubes trabalham melhor, existe mais profissionalismo e mais rigor. Felizmente, há clubes a apostar em projetos seniores e penso que o segredo, agora, é tornar esses projetos sólidos e sustentáveis".
Para José Calabote, treinador das seniores de Ferragudo, "quatro equipas a atuar no patamar mais alto da modalidade será excelente". E isso, em sua opinião, reflete o atual valor do basquetebol do Algarve, "que tem vindo a crescer e pode ainda crescer mais". "Existe potencial humano e boas condições, mas é preciso um trabalho mais exaustivo dos treinadores e dos dirigentes", anota.
O também coordenador da modalidade apela a um "nível de colaboração diferente e efetivo", a nível de patrocinadores, o que considera "ser fundamental" para as exigências da Liga, tema em que é corroborado por Luís Modesto: "O apoio dos patrocinadores privados é fundamental para assegurar a sustentabilidade destes projetos".
É preciso formar mais jogadores
"É fundamental formar internamente mais e melhor, para que as equipas algarvias possam competir, inclusive em termos de orçamento salarial, com as restantes. Não podemos fazer plantéis com 70 ou 80% de jogadores de fora do Algarve", sublinha Luís Modesto, que é técnico de desporto do Município de Albufeira. Na circunstância, diz ainda que "temos de analisar o basquetebol algarvio em duas vertentes, a sénior, onde os resultados têm sido excelentes, e a da formação, que precisa de maior ambição em termos de resultados e de mais presenças nos pontos altos".
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