Há ventos de 50 km/h no alto da montanha de El Morredero e subida pode ser cancelada ou reduzida
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O alto de El Morredero, que esta quarta-feira recebe o final da 17.ª etapa da Volta a Espanha, está a ser afetado por ventos fortes, de uma velocidade de cerca de 50 km/h, o que está a ameaçar o final da corrida. Os organizadores da prova terão de decidir se há condições para a etapa prosseguir até ao final estipulado ou se terá de haver um encurtamento de alguns quilómetros.
Noutro âmbito, Jack Haig, ciclista da Bahrain Victorious, falou à comunicação social antes do arranque da 17.ª etapa sobre os frequentes protestos que têm acontecido nesta edição da Volta a Espanha, com manifestantes pró-Palestina a quererem a exclusão da equipa Israel Premier Tech.
"Decidimos que, se houvesse algum incidente, tentaríamos neutralizar a corrida e pronto, porque, no final de contas, correr até uma meta indefinida não é realmente um desporto justo. Infelizmente, estamos a ser apanhados no meio de algo que talvez nem sequer nos envolva e, neste momento, somos apenas peões num jogo de xadrez muito grande que, infelizmente, nos está a afetar", referiu o australiano, em nome do sindicato dos ciclistas, o Cyclistes Professionnels Associés (CPA).
Duas etapas, entre as quais a de terça-feira, foram encurtadas, com os tempos a serem tirados a vários quilómetros da meta, depois de a organização concluir que não era seguro os ciclistas seguirem até final, devido aos protestos de organizações que se manifestam a favor da paz na Palestina, com o grande alvo a ser a equipa Israel-Premier Tech.
Na terça-feira, uma árvore foi cortada no percurso da 16.ª etapa e foram atirados pioneses aos ciclistas, com Haig a considerar que se está “a tornar um pouco desconfortável”, pois são atos que parecem querer “deliberadamente magoar” os corredores.
Contudo, Haig garante que esta medida de neutralizar a etapa foi apenas tomada para hoje e que vai haver reuniões antes das restantes etapas, assegurando que “todos gostariam de chegar a Madrid”, onde deverá acabar a Vuelta no domingo, mas que isso tem de ser feito “de forma justa e em que os ciclistas estejam seguros”.
O dinamarquês Jonas Vingeegard, líder da corrida, admitiu estar um “pouco do outro lado” desta posição de força dos ciclistas, embora tenha sido atingido com um líquido na cabeça, que “cheirava horrivelmente”.
“Acho que estou um pouco do outro lado. Adoraria correr toda a etapa, mas é certo que como ciclistas levamos muitos anos sem nos unirmos. Se a maioria disse que o faremos assim, então estou de acordo. Levamos muitos anos sem ter essa claridade”, assumiu o ciclista da Visma-Lease a bike.
Vingegaard lidera a Volta a Espanha com 48 segundos de avanço sobre o português João Almeida (UAE Emirates), segundo, e 2.38 minutos sobre o britânico Thomas Pidcock (Q36.5), terceiro.