ABC de 2019/20 apresentou-se apostado na formação e à espera ainda de dois reforços
Sem grandes ilusões face ao plantel modesto, os bracarenses só desejam regressar ao grupo dos seis primeiros no Andebol 1, o que não alcançaram na época passada, pela primeira vez na história
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Dificuldades financeiras e um plantel com seis jogadores que eram juvenis mais quatro seniores de primeiro ano - ainda há a expectativa de chegarem dois reforços estrangeiros - deixam o ABC sem meios para dar seguimento a um dos palmarés mais ricos do andebol português (13 campeonatos, 12 Taças de Portugal, sete Supertaças, uma Taça Challenge) na nova época.
Os minhotos, que esta quarta-feira se apresentaram à Comunicação Social e se mostraram aos adeptos diante o Boavista (vitória por 26-17), vão antes lutar por um lugar entre os seis primeiros do Andebol 1, o que já não conseguiram em 2018/19 pela primeira vez na história.
"Não devia ser assim, mas o que é facto é que não há condições para ter melhor e para contratar estrangeiros ou jogadores da Seleção Nacional como se fazia até há quatro ou cinco anos. Espero que isto seja dar um passo atrás para dar dois à frente e que o ABC sobreviva desportivamente, porque senão, mesmo com contas equilibradas, vai ser difícil recuperar aquela mística", alertou o técnico Jorge Rito, que vai para a terceira época seguida aos comandos dos seniores desde que regressou a Braga. Assim, a grande referência numa equipa muito jovem - a maioria joga e estuda -, será o veterano Humberto Gomes (41 anos), que continuou para "incutir aos jovens o que é ser ABC". "Este ano, o espírito guerreiro tem de estar presente, mais do que nunca", acrescentou o guarda-redes e capitão.
Na presidência do clube há dois anos, Rui Silva assumiu também que "os condicionalismos financeiros não permitem apostar com mais força no plantel", recordando que alguns títulos nos últimos anos "não foram acompanhados de mais patrocínios".
Com um orçamento global inferior os 450 mil euros da época passada - menos de metade é direcionado para os seniores -, o responsável defendeu a construção de um complexo desportivo de raiz como o principal projeto futuro do clube, deixando de lado a ideia de renovação do Flávio Sá Leite. A nova proposta já foi apresentada à Câmara. "Isso trará outras receitas e outra solidez financeira. Essa é a nossa prioridade, não é o título do campeão nacional", finalizou o dirigente.