A força da Red Bull ou a velha rivalidade: veja tudo sobre a nova temporada da Fórmula 1
Nova época da Fórmula 1 arranca, no Barém, com um favorito principal. Mercedes e Ferrari tentam aproximar-se à marca das bebidas energéticas o quanto antes.
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Max Verstappen e a Red Bull vão ter pela frente a temporada mais longa da história para procurar estender o domínio na Fórmula 1, iniciado em 2021 com o polémico título do neerlandês em Abu Dhabi. No ano passado, de recorde de vitórias para o piloto (15), a marca das bebidas energéticas aproveitou as mudanças profundas de regulamentos para interromper o reinado da Mercedes ao nível de construtores, continuando na linha da frente, a julgar pelos testes de há uma semana, em Sakhir, durante os quais foi a equipa mais fiável.
O circuito de Sakhir recebe este fim de semana a primeira corrida de uma época duradoura, que tem Verstappen bem colocado para chegar ao "tri", mas dependendo das melhorias da concorrência.
Na época que se inicia esta sexta-feira, com os treinos livres no Grande Prémio do Barém (11h30 e 15h00, SportTV4), e que é composta por 23 corridas, resta saber como se vai apresentar a escuderia alemã, que passou o inverno a tentar debelar pontos fracos que estragaram 2022 (modesto terceiro lugar, depois de oito títulos de construtores seguidos), como o "porpoising" (saltos contínuos, em efeito golfinho) que arruinou as costas de Lewis Hamilton.
Lewis Hamilton, piloto da Mercedes. "Começamos com um carro que não salta. É uma boa base"
Dependendo da evolução do W14, esta época pode ser do reacender de uma rivalidade que atingiu o pico no final de 2021. "Começamos com um carro que não salta, mas é semelhante ao do ano passado. É uma boa base para trabalhar", defende o britânico sete vezes campeão, vindo da primeira temporada da carreira sem qualquer triunfo. Já o companheiro George Russell prevê um duelo entre os Red Bull de Verstappen e Sergio Pérez a abrir, mas avisa que a equipa está "muito mais forte".
Max Verstappen, piloto da Red Bull: "O RB19 melhorou em todos os aspetos. Temos de mostrá-lo este fim de semana e continuar o desenvolvimento"
Num patamar talvez superior ao da Mercedes parte a Ferrari, cujo carro é catalogado como "foguete", mas cada vez mais pressionada para ganhar, depois de um 2022 que arrancou promissor e acabou em desastre, resultando na saída de Mattia Binotto. O italiano foi rendido por Frederic Vasseur, que tem em Charles Leclerc um protegido desde os anos da Alfa Romeo, sendo francês, a nacionalidade do último "chefe" campeão, Jean Todt.
Hamilton pronto para a "batalha"
Não sendo o grande candidato, Lewis Hamilton ainda se pode tornar o piloto mais titulado da história, se conquistar o oitavo troféu, dizendo-se "pronto para a batalha". "Se temos ou não um equipamento para essa batalha, vamos descobrir, mas acredito que temos uma equipa digna do campeonato", considera, desmentindo que a Mercedes tenha uma alternativa, caso o W14 falhe. "Não há plano B. Vivemos a era do controlo de custos e não temos tempo para isso", garante.
Aviso de Sergio Pérez para 2023
Sacrificando lugares em prol da Red Bull e de Max Verstappen, o que faz com que seja conhecido como "Ministro da Defesa" pelas ajudas prestadas, Sergio Pérez lançou um aviso. "É muito importante trabalhar em equipa, se perceber que não vou receber apoio este ano, não vou retribuir", alertou o mexicano, na antecâmara de uma época que prevê "bastante apertada".
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Atualizações são para mostrar
Preocupada com a experiência dos fãs, a FIA passou a exigir que as atualizações feitas a cada corrida sejam mostradas, especificando que, caso apenas um dos carros tenha levado novas peças, deve ser esse a ser colocado em exposição para se verem de perto as mudanças. Antes, as equipas optavam por expor a versão desatualizada, alimentando o secretismo.
Corridas sprint dobram em 2023
Novidade em 2021, as corridas sprint, a realizarem-se ao sábado e a atribuírem pontos aos oito primeiros, são para continuar, constando no programa de seis Grandes Prémios deste ano, o dobro de 2022. Azerbaijão (30 de abril), Áustria (2 de julho), Bélgica (30 de julho), Catar (8 de outubro), Estados Unidos (22 de outubro) e Brasil (5 de novembro) foram os palcos escolhidos.
Trio de rookies entusiasmados
Oscar Piastri, Logan Sargeant e Nyck de Vries são os estreantes, embora este último tenha debutado em Monza, no ano passado, no lugar de Alex Albon. "Tratar-me por piloto de Fórmula 1 e preparar a primeira corrida é especial", contou Piastri, antigo reserva da Alpine, de onde saiu rompendo o contrato. "É melhor ter maus momentos do que não ter momentos", retorquiu.
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Aston Martin surge à prova de fraturas | Pilotos da Red Bull, Mercedes e Ferrari chamaram a atenção para a evolução da equipa sediada em Silverstone. Alonso é a estrela, Stroll recuperou de lesão
O desempenho de Fernando Alonso nos dois primeiros dias dos testes de pré-época aguçaram a curiosidade da concorrência quanto ao que pode fazer a Aston Martin esta temporada. "É difícil estimar exatamente onde estarão, mas, quando falei com o Fernando e vi a cara dele, pareceu bastante otimista", relatou Verstappen.
Piloto canadiano, filho do proprietário Lawrence Stroll, fraturou os dois pulsos a andar de bicicleta, há dez dias, mas está a postos, levando Alonso a revelar que passou por situação idêntica em 2022.
Os ensaios em Sakhir só não foram um êxito para a formação sediada em Silverstone devido à ausência de Lance Stroll, de regresso este fim de semana, apenas dez dias depois de ter fraturado os dois pulsos a andar de bicicleta. O canadiano foi dado como recuperado e vai correr.
Num movimento-surpresa para a Alpine, Fernando Alonso foi o eleito para ficar com a vaga de Sebastian Vettel, que se retirou ao fim de 16 épocas na F1 e quatro títulos mundiais
"Os dois primeiros dias foram difíceis, mas depois melhorou", disse o piloto, que foi trabalhando em simulador. A propósito desta lesão, Alonso, o mais experiente do paddock, espantou ao revelar que, em 2022, ao serviço da Alpine, correu com fraturas numa mão, depois de ir contra o muro na Q3 do GP da Austrália, em abril. "Até agosto, não estava totalmente recuperado. Tinha dores, mas adorei conduzir", partilhou o antigo campeão.