"Portugal lança grandes jogadores, mas os meus preferidos são Bernardo Silva e João Félix"
Ali Almosawe, iraquiano chamado de mini-Messi na Dinamarca, joga no Gouveia, do Campeonato de Portugal, tendo trocado a cosmopolita Copenhaga pela agreste Serra da Estrela
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Em plena Serra da Estrela, no Gouveia, joga Ali Almosawe, internacional iraquiano pelas seleções jovens, considerado o grande talento sub-23, nascido e crescido em Copenhaga na Dinamarca.
Aos 21 anos, tendo encerrado formação no FC Copenhaga, trocou a capital do país nórdico por um contrato no Campeonato de Portugal, procurando revelar as qualidades que fizeram dele objeto de análise desde os 11 anos, aparecendo aos 16 anos associado a um documentário que aludia ao grande projeto familiar de um jogador de raro talento, chamado por amigos e companheiros de mini-Messi.
Sondado por grandes clubes, foi apreciado por Real Madrid, Barcelona, Bayern, Manchester e Atalanta mas nunca chegou a materializar esse salto. O médio-ofensivo, esquerdino de drible fácil, procura agora encantar ao serviço do Gouveia, aparecendo já com seis jogos realizados.
"Sinto-me muito bem, a desfrutar do futebol num país como Portugal. Acho que estou no local certo para aprender e melhorar qualidades. No clube vejo toda a gente envolvida e implicada nos melhores resultados. É um país que nos dá muitos exemplos de grandes jogadores que se fizeram aqui", relata Ali Almosawe.
"Estou a gostar imenso da experiência, a jogar como pretendia e vou fazer de tudo para continuar o meu crescimento. Estou a viver numa nova cidade e também estou a gostar", garante o criativo iraquiano, que tem batalhado por concretizar o sonho do pai, que um dia fugiu do Iraque, e se encontrou na Europa.
"Apesar de ter começado a jogar com cinco anos na Dinamarca, ele sempre quis que eu jogasse pela seleção do Iraque, estou feliz por ter transformado isso em realidade. Todas as seleções estão a conseguir bons resultados, há um desenvolvimento que tem sido rápido", argumenta o talentoso Ali Almosawe, já internacional pelos sub-21 e sub-23 do Iraque.
Refira-se que pelo Gil Vicente passou Alaa Abbas, avançado iraquiano muito popular no país, não tendo o jogador do Gouveia perceção desse acontecimento, também por viver muito mais dentro do contexto europeu. Tem tido como ídolos jogadores portugueses. "Podia dar muitos exemplos, mas os meus preferidos são Bernardo Silva e João Félix", resume.